07/04/2014
Cerca de uma em cada quatro pessoas às quais são prescritos medicamentos para diminuir a hipertensão arterial crônica não os toma ou os toma apenas em algumas ocasiões, conforme assinala um estudo sobre uma técnica simples concebida para determinar por que o tratamento farmacológico poderia não estar funcionando nestes pacientes. O trabalho é publicado on-line na revista científica Heart.
Os pacientes transferidos para tratamento adicional, devido a «hipertensão resistente» foram os que tiveram mais possibilidades de não tomar seus comprimidos na forma apropriada, segundo os achados.
É bem sabido que os pacientes com transtornos crônicos comuns nem sempre cumprem seu tratamento farmacológico e a hipertensão arterial não é a exceção. No entanto, até agora não foi fácil determinar quem simplesmente não está tomando seus comprimidos prescritos e quem genuinamente não está respondendo ao tratamento.
Por conseguinte, os autores analisaram as amostras de urina de 208 pacientes com hipertensão arterial que foram a uma clínica de hipertensão especializada. Cerca de 125 eram novas transferências de unidades de cuidados primários; 66 eram pacientes de seguimento cujo controle da pressão arterial era deficiente; e 17 foram transferidos para denervação renal.
A denervação renal é um procedimento no qual são cauterizadas as terminações nervosas nas paredes da artéria renal, com o propósito de reduzir a pressão arterial alta crônica depois que o tratamento farmacológico exaustivo aparentemente não conseguiu fazê-lo, o que se conhece como «hipertensão resistente».
As amostras de urina foram analisadas para uma ampla gama dos fármacos prescritos com mais frequência para tratar a hipertensão arterial, utilizando uma técnica amplamente disponível chamada cromatografia do líquido de grande rendimento-espectrometria de massa em tandem ou simplesmente HP LC-MS/MS.
Um em cada quatro de 208 pacientes não estava tomando na forma apropriada seus fármacos para a pressão arterial: um em cada 10 (10%) não estava cumprindo sequer com o tratamento, enquanto que um em cada sete (15%) só os estava tomando em algumas ocasiões.
A maior proporção daqueles que «não cumpriam» totalmente o tratamento foi observada naqueles indivíduos transferidos para denervação renal, dos quais quase um em cada quatro não tinha algum indício de fármaco anti-hipertensor em sua urina.
Por outra parte, o número médio de fármacos identificados nas amostras de urina foi mais baixo que o número prescrito em realidade. Além disso, houve uma correlação direta entre os valores da pressão arterial e o número de fármacos detectados, observando-as valores mais baixos naqueles que tomavam todos seus medicamentos prescritos.
Os autores reconhecem que o tamanho de sua amostra é pequeno, mas assinalam os «graus alarmantemente elevados» de descumprimento completo dos medicamentos receitados.
«A maioria destes pacientes em qualquer centro de atenção de segundo ou de terceiro nível sistematicamente seria submetido a muitos testes e procedimentos adicionais para tentar explicar sua aparente falta de resposta ao tratamento habitual prescrito nas unidades de cuidados primários», ressaltam, acrescentando que em aproximadamente um em cada cinco casos, o teste HP LC-MS/MS poderia evitar tudo isto.
Em um editorial concomitante, o professor Morris Brown, da Unidade de Farmacologia Clínica na Universidade de Cambridge, diz que a técnica poderia «resolver imediatamente o problema da vigilância do cumprimento e deveria transformar rapidamente o procedimento».
«A falta de cumprimento do tratamento, e seu reconhecimento, é um problema específico na hipertensão devido a sua cronicidade e natureza assintomática», afirma.
«Provavelmente seja previsível que a maioria dos pacientes não tomem todos seus medicamentos», assinala. «Porém, o fato de que aquele 23% dos pacientes transferidos para denervação renal não tivesse fármaco detectável na sua urina foi uma verdadeira surpresa», acrescenta, sobretudo porque há consideráveis dúvidas a re
Citas bibliográficas:
Estudo: High rates of non-adherence to antihypertensive treatment revealed by high-performance liquid chromatography-tandem mass spectrometry (HP LC-MS/MS) urine analysis, Maciej Tomaszewski, Christobelle White, Prashanth Patel, Nicholas Masca, Ravi Damani, Joanne Hepworth, Nilesh J Samani, Pankaj Gupta, Webster Madira, Adrian Stanley, Bryan Williams, Heart, DOI:10.1136/heartjnl-2013-305063, publicado em 2 de abril de 2014.
Editorial: Resistant hypertension: resistance to treatment or resistance to taking treatment? Morris J Brown, Heart, DOI:10.1136/heartjnl-2014-305540, publicado em 2 de abril de 2014.
Fonte: Medical News Today
http://www.medcenter.com/contenthighlights.aspx?pageid=128789&resource_center=362&tax_id=271&id=138341&EMKT=1&langtype=1046&utm_source=Icommarketing&utm_medium=Email&utm_content=NL%202014%20Gral%2011%20BR0904%20b&utm_campaign=Icommarketing%20-%20_NEWSLETTER%20GRAL%20BR%20-%20NL%202014%20GRAL%2011%20BR
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