Trombose
A trombose venosa profunda é uma doença caracterizada pelo surgimento de um coágulo de sangue – o trombo – em um vaso do sistema venoso profundo, o que determina a obstrução parcial ou total dessa veia e impede a circulação local.
Esse evento pode afetar qualquer parte do corpo, mas acomete com mais freqüência as veias das pernas e coxas, às vezes de forma associada a uma inflamação venosa – a flebite –, quando recebe a denominação de tromboflebite.
A formação do coágulo deriva de diversos fatores de risco, especialmente da imobilidade prolongada, sendo mais comum em pessoas com idade superior a 50 anos.
Estima-se que ocorram 50 casos de trombose venosa profunda a cada 100 mil habitantes. Apesar da elevada freqüência, todo indivíduo com essa suspeita requer atendimento médico de emergência, pelo risco de um fragmento do coágulo se desprender, ganhar a circulação com o sangue que retorna aos pulmões para ser oxigenado e ali causar um entupimento, conhecido como embolia pulmonar, que pode levar o indivíduo à insuficiência respiratória e morte.
Causas e sintomas
Os sinais clínicos clássicos da trombose venosa profunda incluem aumento da temperatura local – a perna fica quente –, inchaço, dor e rigidez da musculatura, especialmente na panturrilha (“batata da perna”). Contudo, em cerca de 50% dos casos, o trombo se instala na veia sem provocar manifestações locais. Essas são as situações de maior perigo, pois o primeiro sintoma pode ser a embolia pulmonar, que cursa com falta de ar, palpitação, febre baixa, ansiedade e dor no tórax.
O desenvolvimento da trombose venosa profunda está principalmente relacionado com a diminuição da velocidade da circulação, também chamada de estase venosa, que ocorre quando o indivíduo é obrigado a ficar numa mesma posição por muito tempo, como em hospitalizações e imobilizações prolongadas e em viagens muito longas, particularmente as aéreas.
Da mesma forma, diversas situações e doenças que tornam o sangue mais viscoso levam o organismo a produzir trombos com mais facilidade, como o uso de anticoncepcionais, a gravidez, o diabetes, a existência de tumores e as moléstias do sangue.
Outros importantes fatores de risco para a trombose ainda incluem a presença de varizes, um episódio recente de infarto do miocárdio, a obesidade, o tabagismo e o próprio envelhecimento, só para citar alguns.
Exames e diagnósticos
O diagnóstico da trombose depende da história do indivíduo, na qual seus fatores de risco são evidenciados, da avaliação clínica e dos resultados de exames diagnósticos.
O exame mais usado é a ultra-sonografia com doppler, que avalia o estado das veias dos membros inferiores, podendo identificar eventuais coágulos. Outro exame utilizado é a dosagem sangüínea do dímero D, um teste de triagem que, se negativo, praticamente exclui a hipótese de tromboembolismo mas, se positivo, sugere a presença de um trombo ou embolia no organismo, sendo necessário confirmação por outros exames radiológicos.
Tratamento e prevenções
O tratamento da trombose é feito em ambiente hospitalar, com a aplicação de anticoagulantes por via endovenosa, em altas doses, para reduzir a viscosidade do sangue, dissolver o coágulo, prevenir a ocorrência de embolia pulmonar e evitar a formação de um novo trombo.
Uma boa forma de evitar a trombose e outras doenças é ser ativo no cotidiano e, de preferência, praticar algum exercício regularmente. Quem passa muito tempo sentado por conta de sua ocupação precisa fazer pausas ao longo do dia para dar uma volta e esticar as pernas.
Numa viagem aérea para um destino distante, as pessoas mais predispostas devem fazer exercícios com os membros inferiores e caminhar de tempos em tempos no corredor do avião, aumentando ainda a ingestão de líquidos – com exceção de bebidas alcoólicas – para evitar a desidratação, que também ajuda a tornar o sangue mais viscoso.
Às pessoas que têm varizes, recomenda-se o uso cotidiano de meias de compressão (meias elásticas), assim como visitas periódicas a um especialista para avaliar a necessidade de tratamento cirúrgico, já que a insuficiência venosa igualmente facilita o aparecimento de trombos.
É fundamental manter distância do cigarro em qualquer circunstância, pois o tabagismo aumenta a probabilidade de desenvolvimento de diversas doenças, além da trombose.
Em alguns casos, como por exemplo hospitalizações prolongadas, pode ser necessária a administração preventiva de medicamentos anti-coagulantes e, adicionalmente, podem ser usados massageadores pneumáticos nas pernas para ativar a circulação local.
Fonte: Assessoria Médica Fleury
http://www.fleury.com.br/revista/dicionarios/doencas/pages/trombose.aspx
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