Anemia hemolítica:
Causada por defeitos intrínsecos dos eritrócitos ou extrínsecos aos eritrócitos, como hiperesplenismo, distúrbios imunológicos, lesões mecânicas por traumatismo ou pelas toxinas de algumas infecções.
Os sintomas são parecidos aos observados noutros tipos de anemia.
Uma diminuição rápida do hematócrito determina a implementação brusca de um quadro clínico de astenia, taquicardia, enjoos, sudação e dispneia de esforço, com perda de consciência em alguns casos.
O desenvolvimento gradual da anemia pode estar associada apenas a fadiga crescente e diminuição da tolerância ao exercício.
A hemólise pode ser aguda, crónica ou episódica, e a crise hemolítica aguda grave é pouco frequente e faz-se acompanhar por febre, dor abdominal, dorsalgia, calafrios e choque.
Os estados hemolíticos crónicos podem piorar se se observar uma falha temporal da produção de eritrócitos, quase sempre relacionada com uma infecção, muitas vezes viral.
O hiperesplenismo caracteriza-se por esplenomegalia que provoca citopenia periférica e hiperplasia da medula óssea compensatória. E frequente a associação a leucopenia e trombocitopenia. O grau de anemia pode ser ligado ao tamanho do baço.
Anemia por medicamentos:
Determinados fármacos anti-folatos causam anemia macrocítica, como é o caso do metotrexato, trimetropim e hidroxiureia.
Outros fármacos induzem anemia hemolítica, como a alfa-metildopa, procainamida, penicilina e cefalosporinas.
As anemias medicamentosas podem ceder quando se suspende o fármaco.
Tratamento geral das anemias:
Nos estados carenciais, procede-se ao aporte da substância deficitária como ferro, vitamina B12 ou ácido fólico.
Nas anemias de origem hemorrágica, torna-se decisivo diagnosticar o órgão com hemorragias e realizar hemostase.
As anemias arregenerativas, como a aplasia medular, podem responder bem à administração de androgénios, esteróides, soro anti-timocítico (ATG) ou transplante da medula óssea.
Muitos hiperesplenismos curam-se com esplenectomia.
O tratamento das doenças crónicas associadas e a prevenção das complicações com elas relacionadas permitirá melhorar a evolução da anemia.
Conselhos sobre Anemia hemolítica.
A crise hemolítica aguda grave incapacita para a condução até à sua resolução total.
O doente com episódios hemolíticos ligeiros crónicos deve estar ciente de que, face a qualquer processo que o destabilize, mesmo que seja uma constipação, pode sofrer um agravamento da sua anemia, devendo nestas situações consultar o seu médico sobre o possível aumento do risco na condução.
Sonolência, perda de atenção e alguns enjoos nos casos moderados ou graves de anemia com Hb < 8-10 g/dl podem levar à perda de controlo do veículo, o que faz com que a condução seja desaconselhada nestes casos.
No decorrer das sucessivas revisões, o médico informará o doente se o tratamento estabelecido estabilizou a anemia e controlou a causa, permitindo a condução.
O médico desaconselhará a condução no caso de qualquer anemia que cause enjoos, sono e falta de atenção.
O médico avaliará também as manifestações clínicas da doença infecciosa, imunológica, traumática, etc., associada e, dependendo da evolução do doente, informará se este pode conduzir.
A esplenomegalia de tamanho grande pressupõe um risco adicional face a qualquer impacto, por risco de possível rotura do baço e hemorragia abdominal maciça.
A leucopenia e a trombocitopenia que, em determinadas alturas, se associam entre si, favorecem as infecções e as hemorragias, impedindo a condução enquanto estas situações persistirem.
Conselhos sobre Anemia por medicamentos.
A condução é desaconselhada enquanto durar o episódio hemolítico secundário a um medicamento.
O médico informará sobre a estabilização do doente depois de suspender ou mudar o medicamento e sobre quando pode voltar a conduzir.
Conselhos sobre Tratamento geral das anemias.
É possível conduzir durante o tratamento da anemia, se o doente se encontrar assintomático e sem interacções adicionais devido à terapêutica prescrita.
O doente com tendência para a anemia deve saber que, se constatar a ocorrência de enjoos, perda de atenção ou de concentração quando se conduz, tem de estacionar o veículo, pedir ajuda e comunicar de imediato com o seu médico.
O médico implementará o tratamento adequado e informará sobre quando o doente se encontra recuperado e sem sintomas que interfiram com a condução.
A anemia de surgimento brusco e progressivo em pouco espaço de tempo incapacita para a condução devido à própria sintomatologia e ao risco de perder o controlo do veículo em qualquer altura.
A condução é desaconselhada até o diagnóstico causal ser clarificado e a anemia adequadamente controlada pelo tratamento.
A esplenectomia implica um período de recuperação pós-operatório sem conduzir, até que o médico especialista informe sobre a recuperação total do doente, tanto do ponto de vista hematológico como relativamente à cicatrização das feridas.
Fonte: http://www.medicosporlaseguridadvial.com/pt-pt/anemia-hemolitica-tratamento-das-anemias-e-sua-influencia-na-conducao
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