DESIDRATAÇÃO/BALANÇO HÍDRICO
O
que é a desidratação
A desidratação resulta da eliminação de água e sais minerais do
organismo e acontece quando o balanço hídrico é negativo, quando as perdas de
água não são repostas.. Pode dizer-se que existe uma tendência natural para a
desidratação na medida em que os rins têm que, continuamente e mesmo numa
pessoa desidratada, excretar uma quantidade mínima de urina (idealmente cerca
de 100 ml /hora), de modo a haver eliminação das substâncias tóxicas do
organismo1. Por outro lado, estamos
continuamente a libertar água pela pele e pela respiração9.
Sintomas
da desidratação
A desidratação pode ser reconhecida por sintomas como:
·
A Sede
·
Desidratação Celular
·
Cansaço mental e corporal;
·
Sensação de aumento de temperatura corporal;
·
Vertigens e tonturas; Dores de cabeça;
·
Náuseas ou vómitos;
·
Alterações visuais e auditivas.
As manifestações de sede têm sido caracterizadas como uma combinação de
sensações que aumentam com a desidratação e diminuem com a rehidratação, em
resultado de uma complexa interacção de sistemas fisiológicos de controlo e
influências comportamentais.
A sede fisiológica resulta da desidratação, sendo estimulada por
mecanismos de regulação homeostática, com o objectivo de manter, dentro de
intervalos relativamente estreitos, a concentração de solutos no plasma
sanguíneo, assim como o volume total de plasma.
Em adultos saudáveis, parece não existir evidência que demonstre que os
mecanismos homeostáticos e não homeostáticos que regulam a ingestão de
líquidos, não sejam capazes de manter um estado de hidratação adequado.
Contudo, como é difícil definir o estado de hidratação ideal para cada
indivíduo, podemos especular se esse estado ideal será ou não atingido pela
acção dos mecanismos de regulação anteriormente descritos.
As crianças e os idosos estão entre os grupos populacionais mais
susceptíveis de desidratação, por isso devem ser tomadas medidas preventivas de
forma a antecipar a possibilidade desta ocorrência. Exercício físico e
temperatura ambiente elevada são duas condições que merecem estratégias
preventivas para uma hidratação adequada.
Perdas
de água corporal
Estamos continuamente a perder a água do organismo, o que vem reforçar a
necessidade de uma hidratação correcta.
Existem 4 formas pelas quais perdemos água:
·
Urina – é excretada pelos rins. O principal
mecanismo pelo qual o corpo mantém um equilíbrio entre a ingestão e a excreção
de água é precisamente a regulação renal. O rim tem de ajustar a excreção de
água e electrólitos de forma a manter o equilíbrio electrolítico9.
·
Fezes – é também uma das formas de perder água, embora
seja num volume muito reduzido. Esta perda torna-se grave em caso de diarreia
intensa, que pode levar a uma desidratação grave e eventual morte, se não for
tratada rapidamente1
·
Perdas insensíveis –
não nos apercebemos delas, acontecem através da respiração, pela libertação de
vapor de água, e através da pele, por difusão. Esta última acontece mesmo na
ausência de glândulas sudoríparas e é minimizada pela camada de células
cutâneas e pela própria gordura da pele. Por exemplo, em queimaduras extensas,
quando a camada de células da pele é destruída, a perda de água pela pele pode
ascender aos 3-5 litros/ dia1.
·
Sudorese – esta perda também é variável, porque
depende muito do nível de actividade física e da temperatura ambiente. Quanto
mais intensa for a actividade física e mais elevada for a temperatura do ar,
maior é a necessidade de hidratação. É pela sudorese que conseguimos baixar a
temperatura corporal em climas muito quentes. Para além de água, o suor contém
electrólitos como o sódio e o cloro (ver Tabela 2.1A). Portanto, a reposição de
água deverá acompanhar-se da reposição electrolítica.
Tabela 2.1A – Constituintes do suor
Constituintes
do suor
|
Quantidades
mmol/l
|
Sódio
|
20-80
|
Cálcio
|
0-1
|
Potássio
|
4-8
|
Magnésio
|
<
0,2
|
Cloro
|
20-60
|
Bicarbonato
|
0-35
|
Fosfato
|
0,1-0,2
|
Sulfato
|
0,1-2,0
|
Maughan
(1994)
Regulação
do balanço hídrico
O equilíbrio entre a ingestão e a perda de líquidos é fundamental para
não colocar a saúde em risco. O nosso organismo dispõe de diversos mecanismos
que facilitam esta regulação.
A regulação do balanço hídrico depende de mecanismos hipotalâmicos de
controlo de sede, da hormona antidiurética, da capacidade em reter ou excretar
água da função renal e das perdas por respiração e transpiração8. Embora a sensação de alívio da
sede seja quase imediata, a absorção e distribuição da água pelo organismo
demora cerca de 30 a 60 minutos, a partir do momento da ingestão1, 9.
Função renal – O rim consegue excretar urina mais ou menos
concentrada. Quando há défice de água, a urina fica mais concentrada e, pelo
contrário, quando há excesso de água, a urina fica mais diluída9. Isto é possível por acção da
hormona antidiurética (ADH), que funciona por um mecanismo de feedback. Quando
existe uma grande concentração de solutos nos líquidos corporais, a glândula
hipofisária secreta ADH que aumenta a permeabilidade de certas áreas do rim que
vão reabsorver e logo poupar água, saindo a urina mais concentrada. Se existir
excesso de água no organismo, o efeito é contrário, e a água sairá em maior
quantidade na urina9.
Sede – Outro mecanismo que regula a entrada de
líquidos no organismo é a sensação de sede. A sede é o desejo consciente de
ingerir água e responde a estímulos:
·
Concentração do líquido extracelular – Um dos
principais estímulos da sede é o aumento de concentração deste líquido. Um
aumento da concentração de sódio no líquido extracelular leva a água do meio
intracelular a sair da célula. Isto vai estimular a sede, com o objectivo de
equilibrar a concentração dos dois líquidos. Uma alteração de 2% no líquido
extracelular é suficiente para desencadear a sensação de sede e a libertação de
hormona antidiurética8.
·
Angiotensina II – uma vez que é estimulada
por factores associados a hipovolémia e baixa pressão sanguínea, também ajuda a
regular a sede com o objectivo de repor o volume e pressão normais.
·
Secura da boca e das membranas do esófago –
estes são outros factores que podem dar sensação de sede e levar a um aumento
da ingestão de líquidos.
Medição
do estado de hidratação
Não há nenhum método laboratorial universalmente aceite para determinar
o estado de hidratação11. No entanto, existem vários
métodos que podem ser utilizados que variam no preço e no facto de serem mais
ou menos invasivos18.
Estimativa da Água Corporal Total por métodos de diluição –
consiste na introdução no organismo de um isótopo, normalmente óxido de
deutério, em volume e concentração conhecidos, sendo depois analisada a sua
concentração numa amostra de um fluido corporal (sangue ou saliva). É um método
muito exacto e fiável, com um erro máximo de 1%, no entanto é caro e
analiticamente complexo.
Osmolalidade plasmática – trata-se do primeiro sinal fisiológico de
regulação do balanço hídrico e raramente varia além dos 2%. A osmolalidade é
controlada de forma a permanecer em valores de, aproximadamente, 285 mOsm/kg
(Painel DRI 2005). As perdas de água pela transpiração, se não forem repostas,
diminuem o volume de líquidos corporais. A osmolalidade plasmática aumenta 5
mOsm/kg por cada 2% de perda de massa corporal pelo suor. Este método é exacto
e fiável, mas analiticamente complexo, caro e invasivo, uma vez que envolve o
exercício físico intenso para criar condições para análise.
Concentração urinária – o volume reduzido, a densidade alta, a
osmolalidade alta e a cor escura são os marcadores urinários para a
desidratação. Este método é fácil e rápido. A desvantagem é que é pouco fiável,
uma vez que os resultados podem ser influenciados pela hora de colheita da
urina, por factores nutricionais e mesmo pela ingestão de grande volume de
bebidas.
Massa corporal – alterações agudas na hidratação são calculadas
pela diferença de massa corporal diária (1g de massa corporal perdida equivale
a 1ml de liquido perdido). É um método fácil e rápido, mas pouco fiável pois a
alteração da massa corporal pode ser “confundida” por outras mudanças da
composição corporal, diferentes da água.
Marcadores sanguíneos – para além da osmolalidade plasmática,
também se recorrem a outros marcadores sanguíneos, como o volume sanguíneo que
diminui proporcionalmente ao grau de desidratação e o sódio no qual se
reflectem logo as alterações da osmolalidade. São analiticamente complexos,
caros, invasivos e dependentes de variáveis.
Bioimpedância – o método usa uma corrente de baixa voltagem
que passa entre dois eléctrodos colocados na pele e mede a resistência à
passagem da corrente, a qual é inversamente proporcional à quantidade de
líquidos presentes. É fácil e rápido, no entanto depende de muitas variáveis
que podem influenciar os resultados.
A importância da Hidratação
A água é o principal constituinte do organismo e é essencial para a
vida. Como diz um antigo provérbio «um Homem pode viver 3 semanas sem comer, 3
dias sem beber e apenas 3 minutos sem ar».
Num ser humano adulto o total de água corporal é de 52 a 66% do peso do corpo, dependendo de vários factores, como da idade, do sexo e da quantidade de gordura corporal. Por exemplo, um homem médio de 70 kg e 45 anos contém cerca de 42 litros (60%) de água no organismo1.
Num ser humano adulto o total de água corporal é de 52 a 66% do peso do corpo, dependendo de vários factores, como da idade, do sexo e da quantidade de gordura corporal. Por exemplo, um homem médio de 70 kg e 45 anos contém cerca de 42 litros (60%) de água no organismo1.
A água tem funções essenciais no organismo:
·
Meio onde se dão todas as reacções do organismo,
como por exemplo a digestão;
·
Transporta os nutrientes e os produtos resultantes
do metabolismo;
·
Regula a temperatura corporal;
·
Interfere no funcionamento de todos os sistemas e
órgãos.
·
Uma desidratação continuada, ainda que leve, tem
efeitos a longo prazo, nomeadamente a nível cardíaco, renal, respiratório e
digestivo2-7.
Na nova Roda dos Alimentos a água também está representada. Está
localizada ao centro uma vez que é essencial para a vida e faz parte de quase
todos os alimentos.
Rodrigues SS, Franchini B, Graça P, de Almeida MD. A new food guide for
the Portuguese population: development and technical considerations. J Nutr
Educ Behav. 2006; 38(3):189-95.
Distribuição
da água no corpo
A distribuição de água corporal depende de vários factores, dos quais se
destacam a idade, o sexo e a quantidade de gordura corporal. Esta última
associa-se inversamente à quantidade de água no organismo.
Tabela
1.1A – % de água corporal por idade e sexo
Idade e
Sexo
|
% de
Água Corporal Total
|
Até 6
meses
|
74
(64-84)
|
6 meses
a 1 ano
|
60
(57-64)
|
1 a 12
anos
|
60
(49-75)
|
|
|
Homem
(Idade em anos)
|
|
12 a 18
|
59
(52-66)
|
19 a 50
|
59
(43-73)
|
> 50
|
56
(47-67)
|
|
|
Mulher
(Idade em anos)
|
|
12 a 18
|
56
(49-63)
|
19 a 50
|
50
(41-60)
|
> 50
|
47
(39-57)
|
Altman
(1961)
A água corporal encontra-se distribuída por todo o organismo, em 2 tipos
de compartimentos: o líquido intracelular (LIC) e o líquido extracelular (LEC)
(ver tabela 1.1B).
O líquido intracelular é o líquido existente dentro das células e
constitui aproximadamente 40% do peso corporal total1 e 65% da água corporal total8.
O líquido extracelular é todo o líquido que se encontra fora das células
e constitui cerca de 20% do peso corporal total1. Consideram-se 3 tipos de líquido
extracelular: o líquido intersticial (que se encontra nos espaços entre os
tecidos), o plasma sanguíneo e o líquido transcelular (que inclui o líquido
sinovial das articulações, o líquido cerebral, os líquidos intra-oculares e os
da cavidade peritonial, pleural e glandular)9.
O sangue contém líquido intracelular e líquido extracelular: os glóbulos
vermelhos constituem cerca de 40% do sangue, enquanto que o plasma constitui
cerca de 60% do volume sanguíneo1.
A água passa dos compartimentos menos concentrados em solutos para os
mais concentrados. Isto acontece sempre que há alterações nas concentrações dos
líquidos com o objectivo de encontrar um equilíbrio homeostático, ou seja, a
correcta distribuição de água pelo organismo, a manutenção do pH das células e
o equilíbrio das concentrações de electrólitos, uma vez que os líquidos intra e
extracelulares devem ter a mesma concentração total (resultante do somatório de
todos os electrólitos)1.
Tabela
1.1B - Principais constituintes dos líquidos intra e extracelulares
mmol/l
|
Líquido
intracelular
|
Líquido
extracelular
|
Na+
|
10
|
142
|
K+
|
140
|
4
|
Mg2+
|
30
|
1,5
|
Cl -
|
4
|
100
|
PO4-
|
60
|
2
|
HCO3-
|
10
|
27
|
Ca2+
|
0-1
|
2,5
|
Aminoácidos (g/dl)
|
40
|
5
|
Glicose
(mg/dl)
|
0-20
|
90
|
Adaptado
de Murray, Robert K., Granner, Daryl K., Mayes, Peter A. e Rodwell, Victor W.,
Harper´s Biochemistry (25th Edition), McGraw-Hill, USA 2000
Tabela 1.1C – Função e regulação dos principais constituintes do LIC e LEC
Tabela 1.1C – Função e regulação dos principais constituintes do LIC e LEC
Na+
Regula o volume do LEC Ajuda a manter o volume sanguíneo Controla a distribuição de água entre o LIC e o LEC Funciona como base (no bicarbonato de sódio), portanto ajuda a regular a concentração do ião hidrogénio Participa no controlo da contractilidade do músculo, principalmente cardíaco Estimula a condução do impulso nervoso |
É
regulado pela aldosterona que aumenta a sua reabsorção nos rins
|
K+
Regula a concentração do LIC Participa na regulação ácido-base Ajuda a promover a transmissão de impulso nervoso, principalmente no coração |
Através
da bomba Na+ / K+ -ATPase, o Na+ sai da célula contra o K+ que entra, numa
proporção de 3 para 2, respectivamente, a partir da hidrolisação do ATP por
acção do Mg2+
|
Mg2+
Promove a regulação do cálcio sérico, fósforo e potássio Essencial para a integridade do sistema neuromuscular e funcionamento do coração |
A hormona
paratiroideia aumenta a sua absorção a partir do intestino
|
Cl -
Liga-se ao hidrogénio no estômago para formar HCl A sua difusão ajuda a regular a pressão osmótica entre os LEC e LIC |
A
aldosterona regula a reabsorção de Na+, e o Cl - passa por difusão passiva.
|
PO4-
Funciona como sistema tampão dentro das células e na urina |
|
HCO3-
Funciona como tampão Ajuda a manter o pH do sangue |
A sua
concentração é regulada pelos rins
|
Ca2+
Fundamental para a formação de ossos e dentes Essencial para a coagulação do sangue Necessário para a contracção muscular |
A
hormona paratiroideia aumenta a concentração sérica por aumento da actividade
dos osteoclastos A calcitonina diminui a concentração sérica por inibição da
actividade dos osteoclastos A concentração do fosfato sérico afecta a
concentração do cálcio sérico
|
Adaptado
de Donna van Wynsberghe, Charles R. Noback, Robert Carola, Human Anatomy &
Physiology, 3th Edition, Internacional Edition, MacGraw-Hill, 1995;
Funções
da água no corpo
A capacidade da água de criar ligações com outras moléculas (pontes de
hidrogénio) tem um papel vital na estrutura das biomoléculas, modificando a sua
conformação espacial em solução e as suas propriedades8. O papel da água de solubilização e
de modificação das biomoléculas é determinante para todas as reacções
fisiológicas, uma vez que estas se processam em meio aquoso, assim como para o
equilíbrio homeostático8.
As principais funções da água no organismo são:
·
Transporte – de nutrientes para as células e de
substâncias tóxicas para fora do corpo9;
·
Excreção – de produtos resultantes do metabolismo.
Através dos rins, são libertadas as substâncias estranhas que o corpo não
necessita9;
·
Solvente – como meio onde se dão todas as reacções9;
·
Regulação da temperatura corporal – quando o corpo
está excessivamente quente, aumenta substancialmente a sudorese a fim de
libertar calor através da evaporação. Ao suarmos, a água que existe no suor
evapora-se à superfície da pele, produzindo abaixamento da temperatura
corporal. Não é a transpiração por si que faz arrefecer o indivíduo, mas sim a
evaporação da água do suor produzido10.
·
Participação em reacções enzimáticas – facilita a
digestão, por exemplo9.
Efeitos
da desidratação na saúde
Uma desidratação continuada tem efeitos no organismo, a médio e a longo
prazo, nomeadamente:
No sistema renal – Uma desidratação leve constante e o aumento
consequente da concentração do líquido extracelular leva ao aumento da secreção
de vasopressina, levando ao processo de concentração de urina. Este efeito vai
induzir alterações morfológicas e funcionais no rim, nomeadamente na taxa de
filtração glomerular, podendo funcionar como factor de risco para insuficiência
renal crónica e nefropatia diabética2.
Infecções do tracto urinário – a possibilidade de infecção do tracto
urinário não é dependente do estado de hidratação, embora, em caso de infecção,
seja muito importante para melhorar os resultados da terapia anti microbiana,
uma vez que a diurese diminui o volume bacteriano por eliminação3.
Urolitíase – um volume de urina baixo é um importante
factor de risco para a formação de cálculos nos rins; o aumento do volume e
consequente diluição da urina tem um efeito protector da cristalização de sais4.
No sistema digestivo:
Secreção salivar – a desidratação provoca uma diminuição da
secreção salivar. Sabe-se que existe uma relação entre a desidratação e o fluxo
salivar, muito importante para neutralizar os ácidos da placa bacteriana5. Não existe, no entanto, uma
relação directa entre a desidratação e as doenças dos dentes, como cárie e
erosão dentárias5.
Obstipação – a ingestão inadequada de líquidos é uma das
causas importantes de obstipação, especialmente em crianças. Embora em pessoas
hidratadas o aumento da ingestão de líquidos não altere o volume fecal, em
pessoas desidratadas e obstipadas, esse aumento vai melhorar substancialmente a
consistência das fezes6.
No sistema respiratório:
Doenças bronco-pulmonares – embora se aconselhe frequentemente uma
ingestão elevada de líquidos em doentes com bronquite crónica e asma, são
necessários mais estudos para se esclarecer o papel da desidratação nestas
doenças7.
No sistema circulatório:
Doença coronária – alguns autores descrevem uma associação
inversa entre o consumo de água e o risco de doença coronária2.
Na cognição:
Vários trabalhos que testaram sujeitos em estado de desidratação
ligeira, observaram alterações de funções cognitivas como diminuição da
capacidade de atenção, concentração e memória, comprometendo em alguns casos, a
tomada de decisão e a eficácia da resolução de problemas de aritmética. As
crianças e os adolescentes parecem estar particularmente sujeitos a risco de
comprometimento da função cognitiva devido a insuficiente hidratação. Mais
informação por favor
Recomendações Hídricas
As necessidades de água variam ao longo do dia, em função de vários
factores como a alimentação, a actividade física e a temperatura ambiente.
·
Quando aumenta a temperatura ambiente aumenta a
transpiração, ou seja, há um aumento da perda de água pela pele.
·
A actividade física faz aumentar a temperatura
corporal e consequentemente haverá aumento da evaporação de água do suor à
superfície da pele, tal como aumento da perda de água pela respiração.
·
Quando a alimentação é rica em sal e substâncias
tóxicas, há maior necessidade de água para que estas sejam eliminadas.
Factores
que influenciam as necessidades hídricas
As necessidades hídricas dependem de vários factores:
Temperatura ambiente – Em consequência do aumento da temperatura
ambiente, aumenta a perda de água por transpiração e diminui a perda de calor
por contacto directo da pele com o ar. Quanto mais elevada for a humidade e a
temperatura, maior será a quantidade de suor produzida10. Em climas quentes, húmidos e sem
vento, o organismo perde mais água, favorecendo assim a desidratação10. De igual modo, com o aumento da
temperatura corporal, em caso de febre, aumenta a sudorese, logo há também
maior necessidade de ingestão de líquidos de forma a desfavorecer a
desidratação9.
Alimentação – Quando é muito rica em sal, por exemplo,
aumenta a concentração de sódio no líquido extracelular o que faz aumentar a
necessidade de água6.
Idade – A percentagem de água corporal diminui com a idade, em parte
porque ao envelhecimento se associa um aumento da percentagem de massa gorda total1, 9. As crianças têm necessidades de
água maiores que as dos adultos (por kg de massa corporal), uma vez que têm
maior % de água corporal9. Nas mulheres há uma tendência
natural para um maior teor de gordura que nos homens, logo, a percentagem de
água corporal total nas mulheres é menor, sendo a necessidade de água também
menor que nos homens9.
Actividade física – Provoca perdas de água através de dois
mecanismos:
·
Aumento da temperatura corporal e consequentemente
haverá aumento da evaporação de água do suor à superfície da pele;
·
Aumento da perda de água pela respiração10.
Ingestão
diária recomendada
1. Beba cerca de 1,5 a 2 l de líquidos por dia (consulte
a tabela).
2. Beba pequenas quantidades de cada vez e frequentemente ao longo do
dia,
antecipando a sensação de sede.
3. Esteja atento a sinais associados a desidratação, aumentando a
ingestão de líquidos nestas situações:
·
Sede.
·
Urina de cor intensa e com cheiro.
·
Cansaço, dor de cabeça, perda de capacidade de
concentração, atenção e memória.
4. Aumente a ingestão de líquidos nas seguintes situações:
·
Actividade física que o faça transpirar.
·
Temperatura ambiental elevada (incluindo ambientes
aquecidos durante o Inverno) e altitude elevada (incluindo viagens aéreas).
·
Situações de doença acompanhadas de febre, vómitos
ou diarreia.
·
Gravidez e aleitamento: aumente a ingestão de
bebidas em cerca de 0,2 e 0,5 L/dia, respectivamente.
5. Redobre o cuidado com a hidratação no caso de crianças e idosos, grupos
em que a capacidade de detectar o estado de desidratação e/ou responder aos
seus sinais pode estar diminuída.
6. Hidrate-se através da ingestão de água e de outras bebidas (como
leite, sumos e néctares, chá, infusões, refrigerantes, …) e de
alimentos ricos em água (sopas, saladas e fruta).
A escolha das fontes de hidratação deve ser feita no enquadramento de
uma alimentação saudável e depende das preocupações de cada pessoa, sejam elas
nutricionais, de impactes ambientais, de segurança alimentar ou outras.
Ingestão
recomendada de água proveniente de bebidas (Litro / dia) *
Fase do
ciclo de vida
|
Sexo
feminino
|
Sexo
masculino
|
Crianças
(2 a 3 anos)
|
1,0
|
1,0
|
Crianças
(4 a 8 anos)
|
1,2
|
1,2
|
Crianças
(9 a 13 anos)
|
1,4
|
1,6
|
Adolescentes
e Adultos
|
1,5
|
1,9
|
* Valores
de referência aproximados recomendados para indivíduos saudáveis. Os valores
mais adequados para cada pessoa dependem de vários factores (actividade física,
temperatura ambiente, situações de doença, entre outros).
Necessidades
hídricas de grupos especiais
Lactentes, crianças, adolescentes, grávidas, lactantes, idosos e
desportistas apresentam necessidades hídricas especiais:
Lactentes – os lactentes alimentados apenas a leite materno
não necessitam de água adicional. Isto aplica-se tanto em ambientes amenos como
em ambientes quentes e húmidos. O leite materno contém aproximadamente 87 % de
água que satisfaz as necessidades do lactente dos 0 aos 6 meses de idade. Para
o lactente dos 7 aos 12 meses, aproximadamente 74% da quantidade total de água
ingerida deve provir de água em natureza e de outras bebidas13.
Crianças e adolescentes – entre os 2 e os 9 anos existe uma
diminuição percentual do conteúdo hídrico do organismo, aumentando a
necessidade de ingestão de água apenas em 5 a 10% nesta faixa etária13.
Grávida – do aumento de peso que existe
habitualmente, uma parte é água devido ao aumento do volume vascular e dos
tecidos intersticiais. A necessidade de água das grávidas é pouco maior (apenas
mais 3%) que a necessidade da mulher não grávida13.
Lactantes – as necessidades hídricas das lactantes são
calculadas de acordo com a necessidade da mulher adulta, acrescida da
quantidade de água presente no leite materno, para os primeiros 6 meses de
lactação13.
Idosos – embora nos idosos as recomendações de água não
sejam diferentes das dos adultos mais jovens, verifica-se normalmente nesta
faixa etária, uma diminuição da sensação de sede, podendo também observar-se
alterações da função renal, como a diminuição da capacidade de concentração de
urina13. (saiba mais)
Desportistas – devem fazer uma correcta hidratação antes,
durante e após o esforço físico. Esta hidratação dependerá da condição física
do desportista, do tipo de exercício e das condições em que este se realiza.
Estas recomendações devem ser específicas para cada indivíduo10. O tipo de hidratação a fazer,
nomeadamente o recurso a bebidas enriquecidas em sais minerais e glucose,
dependerá da intensidade do esforço, da duração do exercício, das condições
climatéricas no qual ele é praticado e do estado de hidratação antes do início
do exercício10.
Fontes de Hidratação
Apesar dos alimentos conterem água, a maior parte da água é ingerida na
forma líquida (cerca de 75% da água é ingerida através de bebidas
A água é a fonte de hidratação de eleição, no entanto há mais bebidas,
tais como água com sabor, sumos, néctares, refrigerantes, que poderão
contribuir para o aprovisionamento de água uma vez que:
·
têm elevados teores de água (cerca de 90%, mas
podendo ultrapassar os 99%);
·
muitas destas bebidas têm uma composição (em
particular uma concentração de solutos) que as torna mais eficientes que a
própria água no que se refere à hidratação do consumidor, o que é uma vantagem
importante, em especial no caso de condições mais agressivas, como a prática de
exercício físico ou sob temperaturas elevadas14;
·
existem circunstâncias em que são consumidos mais
líquidos se estes tiverem sabor15.
Conteúdo
hídrico de bebidas e alimentos
Nas seguintes tabelas podemos ver o conteúdo hídrico de algumas bebidas
e alimentos.
Tabela
4.1A - Conteúdo hídrico de algumas bebidas (por 100g)
Bebida
|
Água
(g)
|
Refrigerante
de cola
|
90,8
|
Refrigerante
de laranja
|
89,4
|
Refrigerante
de cola light
|
99,8
|
Chá
(sem açúcar adicionado)
|
99,7
|
Café
(sem açúcar adicionado)
|
96,2
|
Néctar
light
|
94 – 95
|
Néctar
|
85 – 89
|
Sumo de
frutos 100%
|
87 – 89
|
Leite
de vaca UHT meio gordo
|
89,1
|
Iogurte
líquido meio gordo
|
83,6
|
Adaptado
de Tabela da Composição de Alimentos - INSA Dr. Ricardo Jorge, Lisboa 2006
Hortofrutícolas
|
|
|
|
|
|
Maçã
|
85%
|
Morango
|
90%
|
Cenoura
|
88%
|
Alperce
|
85%
|
Melancia
|
93%
|
Agriões
|
90%
|
Banana
|
76%
|
Couve-flor
|
91%
|
Batata
|
85%
|
Uva
|
82%
|
Aipo
|
94%
|
Espinafres
|
92%
|
Laranja
|
86%
|
Milho
|
74%
|
Alface
|
96%
|
Pêssego
|
90%
|
Pepino
|
96%
|
Azeitona
|
80%
|
Pêra
|
82%
|
Brócolos
|
91%
|
Cebola
|
89%
|
Framboesa
|
81%
|
Couve
|
92%
|
Salsa
|
86%
|
Ananás
|
85%
|
Tomate
|
93%
|
Pimento
verde
|
94%
|
Nutrition
and Physical Fitness 9th Edition by L. Jean Bogert Ph.D., George M. Briggs,
Ph.D. and Doris Howes Calloway, Ph.D., W.B. Saunders Company, Philadelphia PA
ISBN 0-7216-1817-0, compiled from Table 2A, Nutritive Values of Foods in
Average Servings or Common Measures.
Bebidas
com sabor
O Estudo de Caracterização do Perfil de Hidratação dos Portugueses,
conduzido pelo IHS em 2009, permitiu concluir que cerca de 20% da população não
mostra concordância com a afirmação “gosto de beber água”. Estas pessoas podem
beneficiar das bebidas com sabor, uma vez que o seu aporte hídrico é
significativamente inferior ao da restante população. As bebidas com sabor
também poderão ter um papel importante nos grupos em maior risco de
desidratação, como por exemplo as crianças e os idosos.
Em vários estudos realizados com crianças submetidas a programas de exercício físico realizado sob temperatura ambiental elevada, observou-se uma desidratação voluntária nos participantes (Bar Or et al, 1980 e Rodriguez-Santana et al, 1995). Alguns autores descreveram que o consumo de bebidas com sabor pode diminuir o risco de desidratação em crianças que não ingiram água suficiente14, 15, 17 , podendo a ingestão ser até 91% superior. Meyer et al (1994), num estudo realizado com crianças em prática de exercício físico em ambiente quente, registou um maior aporte hídrico voluntário em crianças quando estavam disponíveis bebidas com sabor.
Em vários estudos realizados com crianças submetidas a programas de exercício físico realizado sob temperatura ambiental elevada, observou-se uma desidratação voluntária nos participantes (Bar Or et al, 1980 e Rodriguez-Santana et al, 1995). Alguns autores descreveram que o consumo de bebidas com sabor pode diminuir o risco de desidratação em crianças que não ingiram água suficiente14, 15, 17 , podendo a ingestão ser até 91% superior. Meyer et al (1994), num estudo realizado com crianças em prática de exercício físico em ambiente quente, registou um maior aporte hídrico voluntário em crianças quando estavam disponíveis bebidas com sabor.
Existe à disposição no mercado português, uma variedade enorme de
bebidas, que incluem nomeadamente bebidas de sumos de frutos, de polme, de
extractos vegetais, aromatizadas, sumos 100%, néctares, chás e tisanas, bebidas
isotónicas e bebidas lácteas.
Sopas
As sopas são uma excelente fonte de hidratação (apresentam valores de
água entre 88 e 93%). São, simultaneamente unidades alimentares
nutricionalmente muito interessantes. Para além do baixo valor energético, as
sopas de hortícolas são pobres em gordura, ricas em vitaminas, minerais fibras,
recomendando-se que façam parte da nossa alimentação diária16.
Características
das bebidas e hidratação |
Cafeína
As bebidas com cafeína também hidratam?
Existe uma série de bebidas que contêm cafeína na sua constituição
natural, nomeadamente o café e o chá. A cafeína é um dos ingredientes mais
vezes estudados em trabalhos científicos e conhecidos das diversas associações
governamentais e não governamentais, sendo adicionada a muitas bebidas,
incluindo alguns refrigerantes e bebidas energéticas, e alimentos.
Em 1958 a entidade responsável pela regulamentação dos alimentos e
medicamentos dos Estados Unidos da América “Food and Drug Administration” (FDA)
classificou a cafeína como um composto GRAS, isto é, substância reconhecida
geralmente como segura [1].
A FDA, em 1987, não encontrou qualquer evidência que demonstrasse que o
normal consumo de cafeína produzisse qualquer risco para a saúde, tendo a
“American Medical Association”, a “American Cancer Society, a “National Academy
of Sciences” e a “National Institutes of Health” efectuado declarações
semelhantes às da FDA concordando que o consumo moderado de cafeína é seguro .
Um consumo moderado de cafeína por dia é de, aproximadamente, 300 mg, mas
depende do tipo de bebidas e do seu consumo.
Para além do conhecido efeito estimulante no Sistema Nervoso Central, a
cafeína reduz a produção de hormona anti-diurética, levando a um aumento de
produção de urina. Existem muitos mitos à volta das bebidas com cafeína
baseados no seu efeito diurético e consequente desidratação.
Pesquisas em atletas de alta competição demonstram que esse efeito não
só é insignificante durante os exercícios (2) mas que os efeitos negativos
causados pelo corte dessas bebidas da dieta podem ser prejudiciais (4).
Estudos realizados com consumos de quantidades elevadas, entre 3-6 mg/kg
de peso corporal, concluem que o consumo de bebidas cafeínadas não altera os
níveis de hidratação nem os níveis de electrólitos excretados na urina, mesmo
em consumidores não atletas (5, 6, 7, 8). Estudos recentes indicam também que,
se do consumo total diário de fluidos, 75% forem provenientes de bebidas
cafeínadas, não há efeitos adversos na hidratação (9). O consumo de grandes
quantidades de cafeína (mais de 300 mg/dia), que não é recomendado para a generalidade
das pessoas, pode levar ao aumento de produção de urina, mas isto acontece em
maior grau em indivíduos não habituados ao consumo. Quem consome cafeína
regularmente desenvolve alguma tolerância a estes efeitos.
Quantidades
de cafeína em algumas bebidas:
Nome
|
ml
|
Cafeina
(mg)
|
mg /
100ml
|
Celsius
|
355
|
200
|
56
|
Coca-Cola
Classic
|
355
|
34.5
|
10
|
Coca-Cola
Zero
|
355
|
34.5
|
10
|
Café
(de Cafeteira)
|
237
|
107.5
|
45
|
Café
(Descafeinado, de Cafeteira)
|
237
|
5.6
|
2
|
Café
(Descafeinado, Instantâneo)
|
237
|
2.5
|
1
|
Café
(Expresso)
|
44
|
77
|
175
|
Café
(Instantâneo)
|
237
|
57
|
24
|
Diet
Coke
|
355
|
45
|
13
|
Diet
Pepsi
|
355
|
36
|
10
|
Diet
Pepsi Max
|
355
|
69
|
19
|
Lipton
Iced Teas
|
591
|
50
|
8
|
Nestea
Iced Tea
|
473
|
34
|
7
|
Nestea
Green Tea de Pêssego
|
591
|
42.4
|
7
|
Nestea
Iced Tea de Limão
|
591
|
27.5
|
5
|
Pepsi-Cola
|
355
|
38
|
11
|
Chá
(Verde)
|
237
|
25
|
11
|
Chá
(Gelado)
|
237
|
47
|
20
|
http://www.ameribev.org/industry-issues/healthy-balanced-diet/beverage-ingredients/caffeine
Referências:
[1] International Food Information Council Foundation (IFIC); Caffeine & Health: Clarifying the controversies
[2] Armstrong LE (2002) Caffeine, body fluid-electrolyte balance, and exercise performance. Int J Sports Nutr Exerc Metab 12,189-206
[4] Maughan RJ, J Griffin (2003) Caffeine ingestion and fluid balance: a review. Journal of Human Nutrition and Dietetics 16, 1-10
[5] Grandjean, A. et al, The effect of caffeinated, Non-Caffeinated, Caloric and Non-Caloric Beverages on Hydration; J A Coll Nutr, vol 19, No. 5, 591-600 (2000)
[6] Armstrong LE et al, Fluid, electrolyte, and renal indices of hydration during 11 days of controlled caffeine consumption. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2005 Jun;15(3):252-65.
[7] Falk B et al, Effects of caffeine ingestion on body fluid balance and thermoregulation during exercise. Can J Physiol Pharmacol. 1990 Jul;68(7):889-92
[8]Roti MW et al, Thermoregulatory responses to exercise in the heat: chronic caffeine intake has no effect, Aviat Space Environ Med. 2006 Feb;77(2):124-9
[9] Grandjean, A. et al, The effect on Hydration of two diets, one with and one without plain water; J A Coll Nutr, vol 22, No. 2, 165-173 (2003)
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Guanabara
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Wynsberghe, Charles R. Noback, Robert Carola, Anatomia Humana e Fisiologia,
Edição 3 ª, Internacional Edition, MacGraw-Hill, 1995;
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Horta, Nutrição nenhuma Desporto, 3ª Edição, Editorial Caminho, 2006;
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Bergeron, JL Waller, EL Marinik, consumo e temperatura do núcleo respostas
fluidos voluntários em tenistas adolescentes: bebida esportiva contra água, J
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18. Cheuvront,
Samuel N. et col, Avaliação da hidratação de Atletas, Sports Science Exchange
2006, 46, Gatorade Sports Science Institute
19. Estilos
de Vida Saudáveis, Nutrição e Actividade Física, Instituto Internacional de
Ciências da Vida, Europa, 2002;
20. ANFABRA,
El Libro Blanco de las Bebidas Refrescantes, Madrid, 2006
Fonte: http://www.ihs.pt/index.php
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