sábado, 10 de maio de 2014

Pneumotórax


Pneumotórax



Pneumotórax
O pneumotórax é uma condição pulmonar que acontece quando há uma lesão na pleura, membrana delicada que recobre o lado de fora do pulmão (pleura visceral) e a superfície interna da parede torácica (pleura parietal). A lesão provoca a entrada de ar, que deveria estar apenas dentro do pulmão, para dentro do tórax.
Com isso, o pulmão começa a se esvaziar, como se fosse um balão murchando. O próprio nome já explica a doença, ou seja, pneumo=ar, tórax=na cavidade torácica. Quando isso acontece, o pulmão perde a capacidade de se encher de ar, sendo que o ar que entra pela traqueia sai imediatamente em direção ao tórax.

Sinais e sintomas

Os sintomas do pneumotórax irão depender de uma série de fatores, sendo que em alguns pacientes não há presença de sintomas. Segundo um estudo da Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP), 15% dos pacientes com pneumotórax espontâneo não procuram socorro médico por mais de uma semana após o primeiro episódio. Mas, em geral, os sintomas são:
  • Dor no tórax, presente em mais de 80% dos casos
  • Falta de ar
  • Cansaço ao mínimo esforço
  • Taquicardia
  • Pele azulada devido à falta de ar
Além destes sintomas, quando o pneumotórax é considerado de grande proporção, pode causar o deslocamento do coração, levando a alterações dos batimentos cardíacos, o que pode até causar a morte do paciente.

Tipos de Pneumotórax

1 - Espontâneo
Não há nenhum fator desencadeante para o pneumotórax espontâneo, que normalmente acontece quando a pessoa está em repouso e de maneira abrupta. Entretanto, é comum ocorrer em homens, pessoas que fumam, pessoas magras e altas. Adultos jovens, entre 20 e 30 anos, representam o maior grupo de risco.

Por razões ainda desconhecidas da medicina, este grupo tem mais chances de desenvolver bolhas nos pulmões, que podem ser comparadas com bolhas nos pneus de automóveis. O pneumotórax ocorre quando uma dessas bolhas se rompe. Uma das possíveis razões para o surgimento dessas bolhas é o cigarro, pois a fumaça inalada gera a inflamação das vias áreas. Vale lembrar que não só o cigarro, como também a maconha e até o crack constituem fatores de risco para o desenvolvimento de bolhas nos pulmões.

Alguns esportes também podem provocar o pneumotórax espontâneo como o mergulho, escaladas em altitudes elevadas, levantamento de peso e até viajar de avião.


2 - Pneumotórax secundário
Pacientes que são portadores de alguma doença pulmonar como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), tuberculose, asma, fibrose cística ou câncer de pulmão constituem um importante grupo de risco para um episódio de pneumotórax, considerado secundário, pois acontece em consequência de outra doença. Pacientes internados, principalmente aqueles que respiram com a ajuda de aparelhos mecânicos, também têm mais chance de desenvolver um pneumotórax.

3 - Pneumotórax traumático
O terceiro tipo de pneumotórax é comum e ocorre devido a acidentes com trauma na região do tórax, como facadas, tiros, fraturas da costela, acidentes de carro, moto, bicicleta, quedas, etc.

Além da classificação em relação aos tipos, ou seja, espontâneo, secundário ou traumático, o pneumotórax pode ser pequeno ou grande. Quando ele é considerado pequeno, a principal característica é um pequeno vazamento de ar, que não causa o esvaziamento completo do pulmão. Nestes casos, o único sinal é dor ao respirar.

Entretanto, nos casos de pneumotórax maiores, há comprometimento de todo o pulmão, causando não só o esvaziamento do órgão, como provocando uma dor muito forte e muita dificuldade para respirar.

4 - Pneumotórax hipertensivo
Este tipo de pneumotórax é na verdade um subtipo, geralmente envolvido nos casos de trauma no tórax. É muito grave e pode levar ao óbito, pois causa uma parada cardiorrespiratória, se não detectado e tratado imediatamente. Neste subtipo, a lesão na pleura gera um tipo de mecanismo que permite a entrada de ar que fica preso no tórax e com isso aumenta a pressão dentro da cavidade torácica. Isso comprime os órgãos internos, podendo deslocar o coração.

Diagnóstico

O paciente que sente qualquer um dos sintomas citados, deve procurar um serviço de emergência. O médico irá avaliar o estado físico no exame clínico, porém o raio-X do tórax é o exame mais confiável para confirmar o diagnóstico. Na radiografia, é possível ver o ar entre o pulmão e a parede torácica. Se for o caso, o médico poderá solicitar outros exames de imagem para avaliar o paciente.

Tratamento

O tratamento vai depender do tipo de pneumotórax. Quando considerado pequeno e o paciente apresentar boas condições de saúde, a tendência é a regressão espontânea. Já nos casos mais graves, os médicos adotam práticas como a colocação de tubos para aspiração do ar e expansão do pulmão. Somente quando a pleura cicatriza, os tubos podem ser retirados. Portanto, na maioria dos casos, requer internação.  Já nos quadros mais graves, como é o pneumotórax hipertensivo, o tratamento é feito na emergência do hospital, pois o paciente pode morrer se for não tratado a tempo.

Oxigenoterapia
Para o tratamento de alguns pacientes, é usado o oxigênio suplementar para ajudar na reabsorção do ar. 

Prevenção

A maior parte dos casos de pneumotórax tem como desencadeante o cigarro. Portanto, a primeira medida de prevenção é parar de fumar, o que evitar outras doenças como a DPOC e o câncer de pulmão. Vale lembrar, que depois do primeiro episódio de um pneumotórax espontâneo, a pessoa tem de 40 a 50% de chance de ter novamente.
Já os casos de pneumotórax causados por acidentes de trânsito ou pela violência urbana necessitam de ações mais assertivas das autoridades públicas e de consciência das pessoas.


Perguntas e Respostas

1 - Toda pessoa que fuma vai ter um episódio de pneumotórax?
Não é possível afirmar com certeza, nem que sim, nem que não. Entretanto, o cigarro, assim como a maconha, aumentam exponencialmente os riscos da pessoa desenvolver um pneumotórax espontâneo ou um secundário, quando o fumante desenvolve um câncer de pulmão ou a doença pulmonar obstrutiva crônica.

2 - Quanto tempo depois do tratamento posso voltar às minhas atividades físicas ou de rotina?
Os médicos não recomendam qualquer tipo de esforço físico durante o primeiro mês após a alta. Inclusive, o paciente necessita de acompanhamento periódico durante certo tempo. Já as atividades profissionais, desde que não exijam esforço físico, podem ser retomadas cerca de 15 a 20 dias depois. 

3 - É verdade que em alguns casos, o médico cola a “pleura” para não acontecer um novo episódio?
Quando o pneumotórax é secundário, alguns procedimentos são necessários, como fazer uma drenagem. Se isso não resolve, o médico irá realizar uma cirurgia chamada videotoracoscopia, que também é indicada nos casos de recorrência do problema. O cirurgião faz pequenas incisões por meio de uma câmera de vídeo e é capaz de encontrar o defeito. Em seguida, usando grampeadores especiais, resseca o segmento pulmonar acometido e “cola” a pleura, cujo procedimento é chamado de pleurodese.

4 - O que são as bolhas formadas no pulmão que causam o pneumotórax primário?
Essas bolhas são conhecidas pelo termo médico “bleb”. Podemos definir que são bolhas que surgem no pulmão, mais especificamente nos alvéolos pulmonares. A grosso modo, é como se fossem bolhas em pneus. Como já citado, o cigarro é uma das causas da formação dessas bolhas, entretanto elas podem ocorrer no nascimento, ou seja, serem congênitas ou até na idade adulta, sem terem qualquer relação com o cigarro ou outros fatores de risco. Em geral, as “blebs” são de pequeno tamanho. 

Fonte: http://www.sautil.com.br/saude-para-voce/saude-respiratoria/conteudo/pneumotorax#sinais-e-sintomas



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