28/04/2014
Uma nova pesquisa assinala que as tentativas por isolar do sangue uma célula tronco adulta elusiva para compreender e potencialmente melhorar a saúde cardiovascular - uma tarefa considerada possível mas muito difícil- poderiam ser desnecessárias.
Pelo contrário, os cientistas descobriram que múltiplos tipos de células com características primitivas que circulam no sangue parecem proporcionar os mesmos benefícios esperados de uma célula precursora, incluída a célula progenitora endotelial.
«Há pessoas que ainda sonham que serão identificados e isolados os progenitores prototípicos de vários componentes da árvore cardiovascular. Decidi enfocar a análise em toda a população de células não purificadas - o sangue como é-», disse Nicanor Moldovan, autor principal do estudo e professor associado de pesquisa de medicina cardiovascular na Universidade do Estado de Ohio.
«Nosso método determina as contribuições de todas as células sanguíneas que desempenham a mesma função que se supõe que realiza uma célula progenitora endotelial. Podemos detectar a presença destas células e suas assinaturas em uma amostra clínica sem necessidade de isolá-las».
O estudo é publicado no PLOS ONE.
As células tronco, incluídas as células progenitoras endoteliais ainda não bem compreendidas, são pesquisadas por que têm o potencial de transformar-se em muitas classes de células, o que indica que se poderiam utilizar para substituir células lesadas ou faltantes como tratamento de múltiplas doenças.
Ao analisar os padrões de atividade de genes no sangue, Moldovan e seus colaboradores chegaram à conclusão de que muitos tipos de células que circulam por todo o corpo podem proteger e reparar os vasos sanguíneos, um aspecto chave para manter saudável o coração.
Os cientistas também descobriram que vários tipos de células sanguíneas retinham as chamadas propriedades «primitivas». Neste contexto, o primitivo é positivo pois estas células são a primeira linha de defesa contra as lesões e proporcionam um contribuição contínua de tecido de reparação seja de maneira direta ou indicando às células locais o que fazer.
Ao comparar os padrões de ativação de genes com o estado de saúde dos doadores de sangue do estudo, a pesquisa demonstrou quais genes no sangue são associados a problemas como hipertensão arterial e endurecimento dos vasos sanguíneos (aterosclerose).
Nas mãos dos médicos, esta análise poderia ser utilizada para diagnosticar algumas doenças, monitorar os efeitos de alguns tratamentos e determinar o prognóstico de um paciente cardiovascular. A análise adicional também poderia ajudar a explicar como as propriedades primitivas nas células, que diminuem conforme o ser humano envelhece, reduzem os recursos de proteção e reparação do organismo.
Ao início deste trabalho, o grupo de pesquisa propôs um método cujo propósito era isolar fisicamente uma célula progenitora endotelial putativa. Quando a evidência não apoiou sua hipótese, ajustaram um enfoque de biologia de sistemas e decidiram pelo contrário analisar o sangue em sua totalidade, disse Moldovan, investigador no Instituto Davis de Investigação Cardiológica e Pulmonar e membro do Centro para Medicina Regenerativa e Terapias Celulares da Universidade do Estado de Ohio.
Fonte: Medical News Today
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