sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Educação em torno da Artrite Reumatoide

Um programa de apoio e educação em torno da artrite reumatoide tem um importante impacto positivo

Um estudo realizado no Hospital para Cirurgia Especial (HSS) revela que um grupo de apoio que aborda as necessidades psicológicas e educativas de pessoas com diagnóstico recente de artrite reumatoide tem um impacto muito positivo em sua vidas.
Noventa por cento dos participantes assinalaram que como resultado do grupo livre, podiam escolher opções informadas a respeito de sua doença. Os achados do estudo foram apresentados na sessão «Inovações na Atenção Reumatológica» do congresso anual do American College of Rheumatology que ocorreu em 19 novembro em Boston.
«O Programa de Apoio e Educação na Artrite Reumatoide Inicial, uma parte da Iniciativa para a Artrite Inicial do Hospital para Cirurgia Especial, aborda as necessidades psicoeducativas singulares de pessoas com diagnóstico recente de artrite reumatoide», disse Adena Batterman, LCSW, coordenadora dos Programas de Apoio e Educação na Artrite Reumatoide do HSS. «Ao elaborar o programa, era importante que fossem levadas em conta as opiniões e a perspectiva dos pacientes a respeito de como identificamos e abordamos as necessidades específicas dos participantes. Para garantir isto, obtivemos a participação de pacientes de muitas fontes, que compreendiam grupos de enfoque».
O programa de três meses de duração é o único de sua classe na zona metropolitana de Nova Iorque. É dirigido por uma trabalhadora social clínica e uma coordenadora de enfermeiras de reumatologia e está aberto para toda pessoa com diagnóstico de artrite reumatoide estabelecido nos últimos dois anos. Nas reuniões é apresentada uma conferência sobre os temas de interesse para os pacientes com artrite reumatoide, e depois um grupo de apoio destinado a melhorar a forma de adaptar-se emocionalmente à doença e estratégias para sua atenção. O programa também é parte de um Plano de Serviço da População do Hospital para Cirurgia Especial.
«Um diagnóstico de artrite reumatoide é lamentável e extremamente estressante, de maneira que é muito importante o apoio emocional e educativo», disse o Dr. Ted Fields, diretor da Iniciativa para a Artrite Inicial do Centro de Artrite Inflamatória no HSS. «O fato de reunir-se com outros que têm a mesma doença dá aos participantes um sentido de comunidade e tem um impacto psicológico positivo. Também sabemos que os pacientes informados têm mais probabilidades de aderir a sua medicação, o qual é importante para controlar a artrite reumatoide».
Para avaliar o impacto do programa, os investigadores conceberam um questionário no qual foram coletados os dados de três categorias chave: «Atenção à artrite reumatoide», «Entrando em contato com outros que padecem artrite reumatoide» e «Adaptando-se ao impacto emocional da artrite reumatoide».
O questionário de 20 itens utiliza perguntas de múltipla escolha e abertas para medir o impacto do programa nos resultados de cada categoria identificados pelo paciente. Os participantes no grupo de apoio receberam o questionário depois de cada uma das 12 sessões que ocorreram entre março de 2013 e junho de 2014.
Os investigadores obtiveram os resultados com base em 127 questionários que os participantes responderam. Noventa e três por cento dos informantes eram mulheres, com uma média de idade de 49 anos (faixa de idade de 25 a 85 anos). Noventa e dois por cento dos participantes tinha estudado na Universidade.
No questionário, os informantes indicaram em que grau estavam de acordo ou em desacordo com afirmações relacionadas com a atenção a sua doença, adaptação e conexão com outros. Os investigadores assinalaram vários achados de interesse.
Na categoria «Atenção à artrite reumatoide», 90% dos pacientes indicaram que como resultado da sessão, podiam escolher opções informadas em torno de seu padecimento e 84% consideraram que estavam mais preparados para comentar o tratamento de sua doença com seu médico.
Na categoria «Entrando em contato com outros», 77% dos participantes indicaram que ao falar com outros membros do grupo, sentiam-se mais esperançados quanto a sua doença e 89% estiveram de acordo em que o fato de compartilhar informação e sentimentos com o grupo os ajudava a enfrentar a doença.
Na categoria «Impacto emocional», 79% dos informantes indicou que participar do programa os tornava mais seguros para atender sua doença e 61% disse que sua artrite reumatoide alterava menos seu vida cotidiana do que previamente.
As respostas às perguntas abertas também respaldaram a utilidade do programa dentro das três categorias. Alguns comentários dos pacientes foram: «Farei o seguimento com meu médico em relação com o que aprendi»; «Não me sinto tão só»; «aprendi formas de enfrentar meu estresse pela artrite reumatoide»; «Sei agora onde encontrar as respostas, sinto-me habilitado».
Em geral, os resultados da avaliação indicam que o programa está tendo um impacto muito positivo, segundo os pesquisadores. Na categoria «impacto emocional», «a artrite reumatoide perturba menos minha vida cotidiana», os investigadores observaram que os resultados refletem um impacto positivo mas não tão notável como nas outras perguntas.
«São necessárias mais pesquisas para explorar como os pacientes definem 'perturbação' para elaborar conteúdo específico que aborde isto em grupos futuros. A pesquisa adicional também poderia efetuar o seguimento dos participantes para determinar de que maneira a participação no programa com o tempo e outras variáveis afetam este resultado», disse Batterman.
«Consideramos que nosso processo pode servir de modelo para incluir a perspectiva do paciente na avaliação dos resultados em outros programas de apoio e educação específicos para outras doenças», acrescentou.
Referências:
Estudo apresentado na sessão «Inovações na Atenção Reumatológica» do congresso anual do American College of Rheumatology que ocorreu em 19 de novembro em Boston

Fonte: Science Daily
http://www.medcenter.com/contentnews.aspx?pageid=128787&id=224886&langtype=1046&tax_id=307&esp_id=163

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