Fonte: http://www.abcdasaude.com.br/dermatologia/herpes-zoster
Pegando o gancho da semana passada
sobre o combate a AIDS, não podemos nos esquecer do combate à dor causada pelas
“doenças oportunistas” que se aproveitam do sistema imunológico enfraquecido do
paciente para atacar.
É grande a probabilidade de tal
paciente imunodeprimido demorar mais para se recuperar de uma dessas doenças do
que uma pessoa com sistema imunológico saudável.
Diferentes doenças ocorrem em
diferentes estágios da AIDS, mas é essencial prevení-las e tratá-las, com
ou sem uso de medicamento anti-retroviral, pois podem acabar sendo letais.
Hoje nosso tema
será uma dessas doenças – o Herpes
zoster.
Herpes
zoster
Doença infecciosa de origem viral, também conhecido como “cobreiro”
ou “zona”, causada devida à reativação do vírus da varicela (catapora).
Depois de um quadro de varicela, o vírus permanece
nos gânglios da raiz dorsal para onde migra vindo das lesões cutâneas através dos nervos sensoriais. Quando é reativado,
volta para a pele através dos nervos sensoriais, e ocasionalmente, pelo nervo trigêmeo para a região da face.
Causa dor e lesões cutâneas, ou seja, lesões de pele.
Causa dor e lesões cutâneas, ou seja, lesões de pele.
A incidência de herpes zoster é até
15 vezes maior em pacientes com AIDS do que em pessoas
não-infectadas e até 25% dos pacientes com linfoma de Hodgkins desenvolvem a doença.
A incidência de herpes zoster aumenta
com o avanço da idade, aproximadamente dobrando em cada década depois dos 50
anos. É incomum em pessoas
com menos de 15 anos.
Complicações
Em torno de 20% dos
pacientes com herpes zoster desenvolvem a neuralgia pós-herpética. Esta é uma sequela que pode durar a vida inteira
depois de curadas as lesões de pele, e ocorre entre pacientes com mais de 50
anos, ou entre os imunocomprometidos.²,³
Tratar bem da doença na fase aguda é
de suma importância para que evitemos a neuralgia pós-herpética.
Sinais
e sintomas
Antecedendo as
lesões de pele, os pacientes referem muitas vezes mal-estar, dor de cabeça,
febre, dores neurálgicas (nos nervos), perda de sensibilidade, ardência e
coceira locais. A lesão típica é uma vesícula (bolha pequena) sobre uma base
avermelhada na pele, em geral em grupos coalescentes. (Veja foto. Imagem forte. Clique aqui para
visualizar.)
Surgem de modo gradual, levando 2 a 4
dias para se estabelecerem. Quando não ocorre infecção secundária por
bactérias, as vesículas “secam” formando crostas e o quadro evolui para a cura
em 2 a 4 semanas. As regiões mais comprometidas são a torácica, cervical
(pescoço), trigêmeo (face), e lombo-sacra (cintura para baixo).
Em pacientes com imunidade alterada
podem surgir em localização atípica e se disseminar.
A erupção é unilateral, raramente
ultrapassando a linha média, seguindo o trajeto de um nervo.
As dores são intensas súbitas e
agudas. Um leve toque no local pode induzir a um desconforto acentuado. A
dor causada pelo Herpes zoster (HZ) pode ser muito intensa e debilitante,
podendo persistir durante anos.*
As lesões e a dor também podem afetar
o sono da pessoa, acarretando perda de qualidade de vida.
Tratamentos
Educação ao paciente.
Todo paciente deve ser informado do
risco da transmissão do vírus Varicela-zoster para pessoas que nunca tiveram
catapora (varicela). A região das lesões deve ser mantido limpa e seca para
reduzir o risco de infecção secundária por bactérias.
A escolha de modalidade de tratamento
dependerá da severidade da dor do paciente, comorbidades e reação a
medicamentos específicos.
Dor
aguda HZ
o Estudos randomizados, duplo cego e com placebo,
demonstraram a eficácia do opióide oral oxicodona e o
anti-convulsivante gabapentina, assim como analgésicos tópicos como capsaicina
(creme) e lidocaína (adesivo), em reduzir a dor aguda HZ. (4)
(Alerta: os medicamentos mencionados aqui somente deverão
ser utilizados mediante prescrição médica, de preferência, por um médico de dor
em um centro onde é praticado a medicina baseada em evidências.)
o Antivirais e corticóides
Tratamentos
intervencionistas
o As injeções epidurais e infusões intratecais, assim
como a neuromodulação, são as opções de tratamentos minimamente invasivos.(5)
o Há evidência limitada que os bloqueios simpáticos e
regionais realizados nos estágios iniciais da doença ajudam a prevenir a
progressão para a dor pós-herpética; precisa de estudos maiores. Isto ocorre
pelo encurtamento da duração da dor, diminuição dos danos isquêmicos e
restrição da inflamação cutânea neurogênica.
De forma geral a dor de Herpes zoster
tratada nos estágios iniciais evita maiores complicações e reduz a dor intensa
causada pela condição, melhorando a qualidade de vida.
Abraços e até a próxima!
Revisado em 28/05/2013
Referências
¹Donahue, JG, Choo, PW, Manson, JE,
Platt, R. The incidence of herpes zoster. Arch Intern Med.
1995;155:1605–9.
²Alliegro, MB, Dorrucci, M, Pezzotti,
P, Rezza, G, Sinicco, A, Barbanera, M, et al. Herpes zoster and progression to
AIDS in a cohort of individuals who seroconverted to human immunodeficiency
virus. Italian HIV Seroconversion Study. Clin Infect Dis. 1996;23:990–5.
³Smith JB, Fenske NA. Herpes zoster and
internal malignancy. South
Med J. 1995;88:1089–92
4[Best Evidence] Dworkin RH, Barbano
RL, Tyring SK, Betts RF, McDermott MP, Pennella-Vaughan J, et al. A randomized,
placebo-controlled trial of oxycodone and of gabapentin for acute pain in
herpes zoster.Pain. Apr 2009;142(3):209-17.
5Raj, PP. Epidural infusion and
patient-controlled epidural analgesia. In: Pain Medicine: A Comprehensive Review. St. Louis, Mo: Mosby Yearbook Inc. 1996:272-278
Fonte: http://www.mundosemdor.com.br/modalidades-terapeuticas-reducao-dor-herpes-zoster/
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