domingo, 19 de julho de 2015

Hipotensão ortostática

Hipotensão ortostática


A hipotensão ortostática é uma redução excessiva da pressão arterial ao adoptar-se a posição vertical, o que provoca uma diminuição do fluxo sanguíneo ao cérebro e o consequente desmaio.
A hipotensão ortostática não é uma doença específica, mas antes uma incapacidade de regular a pressão arterial rapidamente. Pode ser devida a diversas causas.
Quando uma pessoa se levanta bruscamente, a gravidade faz com que uma parte do sangue se detenha nas veias das pernas e na parte inferior do corpo. A acumulação reduz a quantidade de sangue que volta ao coração e, portanto, a quantidade bombeada. A consequência disso é uma descida da pressão arterial. Perante esta situação, o organismo responde rapidamente: o coração bate com mais rapidez, as contracções são mais fortes, os vasos sanguíneos contraem-se e reduz-se a sua capacidade. Quando estas reacções compensatórias falham ou são lentas, verifica-se a hipotensão ortostática.
Os episódios de hipotensão ortostática ocorrem, habitualmente, por efeitos secundários dos fármacos, sobretudo os que se administram para combater problemas cardiovasculares e, em especial, nos idosos. Por exemplo, os diuréticos, especialmente os potentes e em doses elevadas, podem reduzir o volume do sangue devido ao facto de eliminarem líquido do organismo e, portanto, reduzirem a pressão arterial. Os fármacos que dilatam os vasos sanguíneos (como os nitratos, os antagonistas do cálcio e os inibidores do enzima de conversão da angiotensina) aumentam a capacidade dos vasos e, por isso, também diminuem a pressão arterial. As hemorragias ou uma perda excessiva de líquidos por vómitos intensos, diarreia, sudação excessiva, diabetes não tratada ou doença de Addison podem provocar uma redução do volume de sangue circulante. Os sensores arteriais que desencadeiam as respostas compensatórias, às vezes, deterioram-se pela acção de certos fármacos, como os barbitúricos, o álcool e os fármacos utilizados para tratar a hipertensão arterial e a depressão. As doenças que lesionam os nervos que regulam o diâmetro dos vasos sanguíneos podem também causar hipotensão ortostática. Estas lesões são uma complicação frequente da diabetes, da amiloidose e das lesões da medula espinal.
Sintomas e diagnóstico
As pessoas que sofrem de hipotensão ortostática, geralmente, sofrem desmaios, enjoos ligeiros, vertigem, confusão ou visão esfumada quando se levantam da cama bruscamente ou se erguem depois de terem estado sentados durante muito tempo. A fadiga, o exercício, o álcool ou uma comida copiosa podem agravar os sintomas. Uma redução acentuada do fluxo de sangue ao cérebro pode provocar uma síncope e inclusive convulsões.
Quando se produzem estes sintomas, o médico pode diagnosticar uma hipotensão ortostática. O diagnóstico pode confirmar-se se a pressão arterial descer de forma significativa quando o doente se levanta e voltar à normalidade quando se deita. O médico deve então tentar determinar a causa da hipotensão ortostática.
Prognóstico e tratamento
Um diabético com hipertensão arterial terá um prognóstico mais grave se também sofrer de hipotensão ortostática. Quando a causa da hipotensão ortostática é uma diminuição do volume de sangue, um fármaco em particular ou uma dose determinada de um medicamento, a perturbação pode ser corrigida rapidamente. Quando não existe tratamento para a causa da hipotensão ortostática, é muitas vezes possível eliminar ou reduzir os sintomas. As pessoas com tendência para esta afecção não deveriam sentar-se nem pôr-se de pé bruscamente nem permanecer de pé imóveis durante muito tempo. Se a hipotensão arterial for provocada por uma acumulação de sangue nas pernas, as meias de compressão elásticas podem ser úteis. Quando a hipotensão ortostática é o resultado de um repouso prolongado na cama, é possível melhorar a situação se se for aumentando paulatinamente o tempo em que se permanece sentado.
Para evitar uma diminuição da pressão arterial pode administrar-se a efedrina ou a fenilefrina. O volume sanguíneo também pode aumentar-se elevando o consumo de sal e, se for necessário, ingerindo hormonas que causem a retenção deste, como a fludrocortisona. Em pessoas que não sofrem de insuficiência cardíaca ou de hipertensão arterial, recomenda-se que deitem sal nas suas comidas livremente ou que tomem comprimidos de sal. Os idosos com hipotensão ortostática deverão beber muitos líquidos e pouco ou nenhum álcool. No entanto, devido à retenção de sal e de líquidos, uma pessoa pode aumentar rapidamente um ou dois quilogramas de peso e desenvolver uma insuficiência cardíaca por culpa desta dieta rica em sal, sobretudo nas pessoas com mais idade. Se estas medidas não forem eficazes, outros fármacos (como o propranolol, a diidroergotamina, a indometacina e a metoclopramida) podem ajudar a evitar a hipotensão ortostática, embora à custa de um risco elevado de efeitos secundários.
Fonte: http://www.manualmerck.net/?id=49&cn=660


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