domingo, 26 de julho de 2015

Epicondilite

Epicondilite Lateral (Cotovelo de Tenista)Orientações Médicas / Ortopedia 

O que é a epicondilite lateral? 
A articulação do cotovelo é formada pelo osso do braço (o úmero) e os ossos do antebraço (a ulna e o rádio).  Na extremidade inferior do úmero existem duas saliências ósseas, chamadas de epicôndilos lateral e medial.  O epicôndilo lateral é o mais externo e recebe os tendões de alguns músculos do antebraço, responsáveis pela extensão do punho.

Epicondilite lateral ou cotovelo de tenista acontece quando o epicôndilo lateral se torna dolorido e sensível.
O típico paciente com epicondilite lateral tem entre 35 e 50 anos.  Eles relatam o aparecimento gradual de dor na lateral do cotovelo durante a extensão do punho.

Como ocorre?
"Cotovelo de Tenista" resulta do excesso do uso dos músculos extensores do punho e da mão. Quando esses músculos são usados em excesso, os tendões são repetidamente puxados com força no ponto de inserção, o epicôndilo lateral. Como resultado, o tendão se inflama.
Repetidas e minúsculas rupturas no tecido do tendão causam dor. Entre as atividades que podem causar "Cotovelo de Tenista" estão: tênis e outros esportes com raquete, carpintaria, trabalho em máquinas, datilografia e tricô.

Quais são os sintomas?
• Dor ou sensibilidade na parte externa do cotovelo.
• Dor ao estender o punho ou a mão.
• Aumento da dor ao levantar objetos pesados.
• Dor durante a flexão de dedos, ao pegar um objeto, ao cumprimentar com aperto de
mão ou girar a maçaneta da porta.
• Dor que origina no cotovelo e desce até o antebraço ou sobe para o braço.

Como é diagnosticado?
O médico perguntará a respeito das atividades diárias e recreacionais, examinará o cotovelo e o braço e pedirá para que o paciente movimente o braço, isso talvez cause dor na parte externa do cotovelo. Pode ser necessário o pedido de raio-x do cotovelo.

Como é tratado?
O tratamento inclui:
• Compressas de gelo sobre o cotovelo por 8 minutos, seguido de 3 minutos sem gelo. Repetir esse ciclo até completar 30 minutos, por 3 ou 4 dias ou até que a dor desapareça.
• Fazer massagens com gelo, por 5 a 10 minutos.
• Fisioterapia.
O médico poderá recomendar:
• Uso de medicamento antiinflamatório, por 4 ou 5 semanas.
• Uso de uma tira, que é enrolada em volta do antebraço abaixo do cotovelo, agindo como um novo campo de conexão para os músculos do antebraço, evitando que eles puxem o epicôndilo dolorido.
• Em casos severos, cirurgia poderá ser recomendada.
Durante a recuperação da lesão, o esporte anteriormente praticado deve ser substituído por um que não piore a condição. Por exemplo: correr ao invés de jogar tênis.
Para jogar tênis o médico, provavelmente, recomendará o uso de uma raquete com uma empunhadura maior e poderá sugerir melhoras na maneira de empunhar ou de realizar os movimentos do jogo com a raquete.
Se gelo, descanso, medicamento antiinflamatório e uma tira para o cotovelo não aliviarem os sintomas, talvez seja necessário fazer fisioterapia. O médico também poderá recomendar uma injeção da medicação cortisona a ser aplicada em volta do epicôndilo lateral para reduzir a inflamação.



Quando retornar ao esporte ou atividade?
O objetivo da reabilitação é que o retorno do paciente ao esporte ou à atividade aconteça o mais breve e seguramente possível. O retorno precoce poderá agravar a lesão, o que pode levar a um dano permanente. Todos se recuperam de lesões em velocidades diferentes e, por isso, para retornar ao esporte ou à atividade, não existe um tempo exato, mas quanto antes o médico for consultado, melhor.
O retorno ao esporte ou à atividade acontecerá, com segurança, quando os itens listados abaixo puderem ser realizados, progressivamente:
• Usar força empunhar a raquete de tênis, taco de basebol, taco de golfe, sem sentir dor.
• Trabalhar no teclado do computador, sem sentir dor.
• Em esportes, tais como, ginástica, é importante conseguir suportar o peso do corpo com o cotovelo lesionado, sem sentir dor.
• Não haja mais edema em volta do cotovelo lesionado.
• Ter força normal, comparado ao cotovelo não lesionado.
• Ter total alcance de movimento do cotovelo, comparado ao cotovelo não lesionado.


Como posso prevenir o "Cotovelo de Tenista" ?
• Realizar a atividade da forma apropriada e com os acessórios adequados,
• Aquecer antes e depois de jogar tênis ou praticar atividades, que envolvam os músculos do braço e do cotovelo.
• Compressa de gelo no cotovelo após exercício ou trabalho.
Em atividades relacionadas ao trabalho, é importante adotar uma postura correta e garantir que a posição dos braços, durante o trabalho, não causem excesso de uso do seu cotovelo ou músculos do braço.

Exercícios de reabilitação para a epicondilite lateral:

*** Atenção, cuidado ! Sempre faça os seus exercícios acompanhado por um profissional
Os exercícios a seguir são apenas um guia do tratamento básico, por isso o paciente deve fazer o tratamento acompanhado de um fisioterapeuta, para que o programa seja personalizado. Os exercícios de alongamento 1 a 3 podem ter início imediato e os demais exercícios, quando os primeiros forem praticamente indolores.




1 - Arco de Movimento do Punho: 

Dobrar o punho o máximo possível, para frente e para trás. 

Fazer 3 séries de 10 repetições. 




2 - Arco de Movimento do Antebraço:
Com o cotovelo de lado, dobrado a 90º, girar devagar a mão para cima e manter por 5 segundos; depois, devagar, girar a mão para baixo e manter por 5 segundos.

Fazer 3 séries de 10 repetições.

É importante manter o cotovelo a 90º durante todo o exercício.





3 - Arco de Movimento do Cotovelo: 

Em pé, flexionar o cotovelo, levando a mão, com a palma para cima, de encontro ao ombro.

Estender o cotovelo, deixando-o o mais reto possível.

Fazer 3 séries de 10 repetições.
4 - Fortalecimento do Punho: 
A - Flexão do Punho:

Segurar uma lata de conserva, com a palma da mão para cima, e dobrar o punho para cima.

Sempre devagar, abaixar o peso e retornar à posição inicial. 

Fazer 3 séries de 10 repetições.  Gradualmente, deve-se aumentar o peso da lata.



B - Extensão do Punho:

Segurando a mesma lata, com a palma da mão para baixo, dobrar o punho para cima.

Sempre devagar, abaixar o peso e retornar à posição inicial.

Fazer 3 séries de 10 repetições.  Gradualmente, deve-se aumentar o peso da lata.



C - Afastamento Radial do Punho:
Com o punho na posição lateral e o polegar para cima, segurando a lata de conserva, dobrar o punho para cima, com o polegar em direção ao teto. 

Abaixar o peso e retornar à posição inicial, o antebraço não deve se mover durante todo
o exercício.

Fazer 3 séries de 10 repetições. 






5 - Pronação e Supinação: 

Substituir o martelo da figura ao lado por uma régua, segurando-a com o cotovelo dobrado a 90º, fazer o movimento de rotação, primeiro com a palma da mão para cima e depois para baixo.

Fazer 3 séries de 10 repetições de cada exercício.







6 - Extensão do Punho: 

Segurar o cabo de uma vassoura com ambas as mãos, com os braços no nível dos ombros, os cotovelos retos e as palmas das mãos para baixo girar o cabo da vassoura para trás, como se estivesse enrolando alguma coisa usando o cabo de vassoura.

Repetir por 1 minuto e descansar.  Fazer 3 séries.



 Fonte: http://www.clinicadeckers.com.br/html/orientacoes/ortopedia/035_epicondilite_lateral.html

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Bocejo em excesso

Bocejo em excesso


O que é Bocejo em excesso?

O bocejo é uma ação involuntária do corpo na qual nós abrimos a boca e inalamos uma grande quantidade de ar. Ao realizar a inspiração, o pulmão se expande, os músculos abdominais são flexionados e o diafragma é contraído. O bocejo também provoca o aumento do ritmo cardíaco, elevando os batimentos em até 30%.
Não se sabe exatamente o que provoca o bocejo, mas sabe-se que ele é muito comum quando a pessoa está com sono ou muito cansada. O bocejo excessivo é aquele que ocorre mais vezes do que o normal, em situações não relacionadas ao cansaço ou sono.

Causas

As possíveis causas de bocejo em excesso são:

Buscando ajuda médica

Se você reparou que está bocejando mais do que deveria, marque uma consulta médica. Dessa forma, é possível descobrir o bocejo em excesso é somente uma noite mal dormida ou se está relacionado a problemas de saúde mais sérios.
Da mesma maneira, se você sente muito cansaço durante o dia e sofre de qualquer distúrbio do sono, busque ajuda para investigar os sintomas.

Na consulta médica

Especialistas que podem diagnosticar os bocejos em excesso são:
  • Clínico geral
  • Cardiologista
  • Neurologista
  • Médico do sono
  • Endocrinologista
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
  • Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico ou médica provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
  • Quando os sintomas surgiram?
  • Qual a intensidade dos sintomas?
  • Os sintomas são frequentes ou ocasionais?
  • Quantas vezes você boceja por dia?
  • Você tem bocejos em excesso durante todo o dia ou em algum momento especial do dia?
  • Você dorme bem à noite? Quantas horas, em média?
  • Como é sua rotina?
  • Você pratica atividades físicas?
  • Você já foi diagnosticado com alguma outra condição de saúde? Qual?
  • Você já foi diagnosticado com algum distúrbio do sono? Qual? Já iniciou tratamento?
  • Você faz uso de algum tipo de medicamento?
  • Além dos bocejos excessivos, você sente outros sintomas também? Quais?
  • Você tomou alguma medida para aliviar os sintomas? E funcionou?
  • Fontes e Referências : Ministério da Saúde
  • Mayo Clinic
  • http://www.minhavida.com.br/saude/temas/bocejo-em-excesso

domingo, 19 de julho de 2015

HIPOTENSÃO POSTURAL

HIPOTENSÃO POSTURAL

O QUE É HIPOTENSÃO POSTURAL?

É o que ocorre, por exemplo, quando estamos deitados e levantamos bruscamente e há uma queda de pressão sanguínea. Com isto o indivíduo sente perda de equilíbrio, a visão fica escurecida, pode acontecer um desmaio entre outras coisas. Esta condição também recebe o nome de hipotensão ortostática e geralmente está associada a enfermidades como diabetesasterosclerose e doença de Addison.
A hipotensão postural é comum em idosos, já que com o passar dos anos aumenta a dificuldade de retorno venoso. É importante ficar atento a estas pessoas, pois uma queda no chão poderia ser bastante prejudicial. Para tanto é preciso pensar em intervenções individuais, levando em consideração caso a caso de forma a evitar as quedas e os riscos que traria para a saúde destes idosos.
A principal característica desta condição é a dificuldade do retorno venoso. Portanto, o tratamento da hipotensão postural leva isto em conta. Fármacos são receitados com o intuito de aumentar a pressão em pé e o retorno sem, no entanto, elevar a resistência vascular sistêmica. A grande maioria dos casos é leve e não provoca muitos danos à saúde. O tratamento ajuda na melhora da qualidade de vida e deve ter início logo que os primeiro sinais começarem a aparecer.

Agente causador

Pessoas que possuem um problema no sistema nervoso involuntário, ou SNI, podem sofrer de uma condição que inclui a hipotensão postural e recebe o nome de disautonomia. Esta situação faz com que funções corporais involuntárias como a respiração, os batimentos cardíacos e a regulação da pressão sanguínea ajam de forma anormal.
Apesar da disautonomia ser uma das principais causas da hipotensão postural, outros fatores podem intervir neste sentido como doenças cardíacas, desidratação, doenças endócrinas, neurológicas, alguns medicamentos e também certas quantidades de sódio no organismo. O prolapso da valva mistral é, por exemplo, uma das disfunções que mais comumente leva à hipotensão postural.

Como se descobre a doença (diagnóstico)

Indivíduos que sofrem de hipotensão postural apresentam constantes desmaios, enjoos e vertigens ao levantarem bruscamente de uma cama ou ao ficarem em pé após muito tempo sentados. Pela característica dos sintomas estas pessoas tendem logo a buscar por ajuda.
Diante destes sinais o profissional é capaz de avaliar fisicamente o paciente. Com a ajuda de um histórico médico e com uma breve conversa já é provável que se suspeite de hipotensão postural. Um teste que pode ser realizado para a cofirmação do diagnóstico é pedir que o paciente se levante e depois se deite. O médico irá medir a pressão arterial nas duas situações e irá comparar os resultados. Caso aja mudanças significativas provavelmente o indivíduo sofre da condição.
Após a confirmação do caso o médico deve então partir para a busca da causa. Pessoas idosas estão mais propensas a sofrer do mal. A hipotensão postural é também mais frequente em mulheres do que em homens. Declínio cognitivo, inatividade, fraqueza nos músculos, história prévia de AVC, quedas frequentes, fraturas e o uso de certos medicamentos são outros fatores a serem levados em conta no momento da determinação da causa da hipotensão postural.
Geralmente esta é uma condição que pode ser facilmente tratada e os medicamentos ajudam a regular a qualidade de vida. Não há necessidade de se conviver com os transtornos e um médico deve ser procurado diante dos primeiros sinais.

Sintomas

Esta condição é provocada quando ocorre queda súbita de pressão sanguínea ao se ficar em posição ereta. Com a queda de pressão a visão fica embaçada e escurecida. A pessoa sente a impressão de que vai desmaiar, acaba perdendo o equilíbrio e cai. Idosos tendem a sofrer mais com hipotensão postural, o que gera preocupação, pois uma queda brusca nesta idade pode provocar sérios danos e fraturas.
Outros sintomas que quase sempre vem associado a esta condição são perda temporária de consciência e tonturas. Algumas pessoas também sentem enjoos e confusão mental. Portanto, podemos destacar como sinais de hipotensão postural os seguintes fatores:
  • Vertigem;
  • Perda do equilíbrio;
  • Enjoo;
  • Visão escurecida e embaçada;
  • Confusão mental;
  • Desmaios.
Diante destes sintomas é importante consultar um médico, especialmente se a pessoa for idosa. É preciso ficar atento para que não ocorram quedas e fratura de ossos, o que poderia ser consideravelmente prejudicial em certas situações.
HIPOTENSAO ORTOSTATICA

Prevenção

Diversas doenças como a diabetes e condições como a disautonomia podem levar à hipotensão postural, portanto hábitos saudáveis de vida e exames periódicos podem ajudar na detecção precoce de tal disfunção. O próprio envelhecimento é um dos principais fatores que leva a este problema, não havendo nesta situação muito o que se fazer. A dificuldade de retorno venoso começa a ficar cada vez maior com o passar da idade e algumas medidas podem ser adotadas com o intuito de diminuir os efeitos.
Exercícios devem ser estimulados, sempre levando em consideração os limites da idade. Treinos de marcha e de transferência postural precisam ser realizados. Além disto, outras intervenções podem ser feitas, por exemplo, trocar os pisos da casa por aqueles menos escorregadios, não utilizar calçados soltos na parte de trás dos pés, evitar deixar fios pelo caminho, não colocar tapetes na residência e manter a casa bem iluminada.

Tratamento

Pessoas diabéticas tendem a ter um prognóstico um pouco mais grave, entretanto, quando a causa da hipotensão postural é, por exemplo, a diminuição do volume de sangue, remédios em específico podem promover bons resultados. Quando a causa não permite um tratamento os sintomas são amenizados. Pessoas que sofrem deste mal devem também evitar permanecer imóveis por muito tempo ou colocarem-se em pé de forma brusca.
A acumulação de sangue nas pernas pode levar à hipotensão postural, para tanto o uso de meias elásticas costumam ser eficientes. O consumo de sal também pode ajudar a reverter o quadro, por isto recomenda-se utilizar, sempre com parcimônia, sal nas refeições. É importante conversar com um médico para que este diga exatamente a melhor abordagem, levando em consideração cada caso. Diante dos sinais não deixe de consultar um profissional, sua vida pode estar em jogo.
Fonte: http://www.saudemedicina.com/hipotensao-postural/

Hipotensão ortostática

Hipotensão ortostática


A hipotensão ortostática é uma redução excessiva da pressão arterial ao adoptar-se a posição vertical, o que provoca uma diminuição do fluxo sanguíneo ao cérebro e o consequente desmaio.
A hipotensão ortostática não é uma doença específica, mas antes uma incapacidade de regular a pressão arterial rapidamente. Pode ser devida a diversas causas.
Quando uma pessoa se levanta bruscamente, a gravidade faz com que uma parte do sangue se detenha nas veias das pernas e na parte inferior do corpo. A acumulação reduz a quantidade de sangue que volta ao coração e, portanto, a quantidade bombeada. A consequência disso é uma descida da pressão arterial. Perante esta situação, o organismo responde rapidamente: o coração bate com mais rapidez, as contracções são mais fortes, os vasos sanguíneos contraem-se e reduz-se a sua capacidade. Quando estas reacções compensatórias falham ou são lentas, verifica-se a hipotensão ortostática.
Os episódios de hipotensão ortostática ocorrem, habitualmente, por efeitos secundários dos fármacos, sobretudo os que se administram para combater problemas cardiovasculares e, em especial, nos idosos. Por exemplo, os diuréticos, especialmente os potentes e em doses elevadas, podem reduzir o volume do sangue devido ao facto de eliminarem líquido do organismo e, portanto, reduzirem a pressão arterial. Os fármacos que dilatam os vasos sanguíneos (como os nitratos, os antagonistas do cálcio e os inibidores do enzima de conversão da angiotensina) aumentam a capacidade dos vasos e, por isso, também diminuem a pressão arterial. As hemorragias ou uma perda excessiva de líquidos por vómitos intensos, diarreia, sudação excessiva, diabetes não tratada ou doença de Addison podem provocar uma redução do volume de sangue circulante. Os sensores arteriais que desencadeiam as respostas compensatórias, às vezes, deterioram-se pela acção de certos fármacos, como os barbitúricos, o álcool e os fármacos utilizados para tratar a hipertensão arterial e a depressão. As doenças que lesionam os nervos que regulam o diâmetro dos vasos sanguíneos podem também causar hipotensão ortostática. Estas lesões são uma complicação frequente da diabetes, da amiloidose e das lesões da medula espinal.
Sintomas e diagnóstico
As pessoas que sofrem de hipotensão ortostática, geralmente, sofrem desmaios, enjoos ligeiros, vertigem, confusão ou visão esfumada quando se levantam da cama bruscamente ou se erguem depois de terem estado sentados durante muito tempo. A fadiga, o exercício, o álcool ou uma comida copiosa podem agravar os sintomas. Uma redução acentuada do fluxo de sangue ao cérebro pode provocar uma síncope e inclusive convulsões.
Quando se produzem estes sintomas, o médico pode diagnosticar uma hipotensão ortostática. O diagnóstico pode confirmar-se se a pressão arterial descer de forma significativa quando o doente se levanta e voltar à normalidade quando se deita. O médico deve então tentar determinar a causa da hipotensão ortostática.
Prognóstico e tratamento
Um diabético com hipertensão arterial terá um prognóstico mais grave se também sofrer de hipotensão ortostática. Quando a causa da hipotensão ortostática é uma diminuição do volume de sangue, um fármaco em particular ou uma dose determinada de um medicamento, a perturbação pode ser corrigida rapidamente. Quando não existe tratamento para a causa da hipotensão ortostática, é muitas vezes possível eliminar ou reduzir os sintomas. As pessoas com tendência para esta afecção não deveriam sentar-se nem pôr-se de pé bruscamente nem permanecer de pé imóveis durante muito tempo. Se a hipotensão arterial for provocada por uma acumulação de sangue nas pernas, as meias de compressão elásticas podem ser úteis. Quando a hipotensão ortostática é o resultado de um repouso prolongado na cama, é possível melhorar a situação se se for aumentando paulatinamente o tempo em que se permanece sentado.
Para evitar uma diminuição da pressão arterial pode administrar-se a efedrina ou a fenilefrina. O volume sanguíneo também pode aumentar-se elevando o consumo de sal e, se for necessário, ingerindo hormonas que causem a retenção deste, como a fludrocortisona. Em pessoas que não sofrem de insuficiência cardíaca ou de hipertensão arterial, recomenda-se que deitem sal nas suas comidas livremente ou que tomem comprimidos de sal. Os idosos com hipotensão ortostática deverão beber muitos líquidos e pouco ou nenhum álcool. No entanto, devido à retenção de sal e de líquidos, uma pessoa pode aumentar rapidamente um ou dois quilogramas de peso e desenvolver uma insuficiência cardíaca por culpa desta dieta rica em sal, sobretudo nas pessoas com mais idade. Se estas medidas não forem eficazes, outros fármacos (como o propranolol, a diidroergotamina, a indometacina e a metoclopramida) podem ajudar a evitar a hipotensão ortostática, embora à custa de um risco elevado de efeitos secundários.
Fonte: http://www.manualmerck.net/?id=49&cn=660


Reações Anafiláticas

Reações Anafiláticas

Elaboração: Michelle Nacur Lorentz

I.  INTRODUÇÃO
  • Anafilaxia é uma reação alérgica potencialmente fatal, geralmente súbita com óbito por obstrução aérea ou colapso cardiovascular.
  • Anafilaxia perioperatória é subestimada (pouco diagnosticada e não tratada ou tratada tardiamente) o que compromete o prognóstico.
  • Na população geral varia de 0,05 a 2% com mortalidade em torno de 1%.
  • O risco de anafilaxia é o dobro na população asmática.
  • Incidência perioperatória varia de 1:3500 a 1:25000.
  • Incidência é maior em anestesia geral com uso de BNM.
  • Pacientes atópicos e asmáticos têm maior risco de alérgia ao látex.
  • Pacientes asmáticos e que fazem uso de β bloqueadores tendem a desenvolver reações mais graves e de difícil tratamento.
  • Podem ocorrer danos graves como sequela cerebral devido à hipóxia.
II.  FATORES GATILHOS E FISIOPATOLOGIA
  • Fatores gatilho mais comuns em crianças são alimentos, em maiores de 55 anos são medicamentos. Picadas de insetos também são gatilhos bastante comuns na população geral. No perioperatório os BNMs são responsáveis pela maioria das reações alérgicas.
  • Reações de anafilaxia imune e não imune são os termos preferidos para diferenciar as reações mediadas ou não por IGE, e embora o tratamento seja semelhante existem diferenças nas estratégias para profilaxia.
III.  AGENTES ENVOLVIDOS NO PERIOPERATÓRIO
1. BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES (BNM 50 a 70% dos casos):
  • Todos os BNM podem causar reações alérgicas.
  • História prévia de exposição aos agentes é encontrada em pelo menos 50% dos pacientes. Sensibilidade cruzada aos BNM é relativamente comum, provavelmente devido ao amônio quaternário em sua estrutura.
2. POLIPEPTÍDEOS (látex: 12 a 17%, aprotinina: 0,5 a 5,8% e protamina):
  • LÁTEX está presente nas luvas, cateteres, drenos e outros materiais.
  • Nas salas cirúrgicas, onde ocorrem trocas frequentes de luvas, os níveis de partículas no ar podem ser muito altos, determinando sintomas que vão desde conjuntivites, rinites, tosse, rouquidão, sibilos até o broncoespasmo.
  • Alergia ao látex é a principal causa de anafilaxia perioperatória em crianças
  • 1% da população geral tem alergia ao látex, em alguns profissionais os índices são mais elevados (Ex. anestesiologistas com prevalência de 12,5% a 15,8%).
  • Crianças com espinha bífida e anormalidades urológicas congênitas apresentam um risco aumentado de alergia ao látex (prevalência de 20 a 65%).
  • Alergia a alimentos como nozes, tomate, kiwi, banana, manga, mamão e abacate ocorrem concomitantemente com a alergia ao látex em 30 a 80% dos casos.
  • PROTAMINA: urticária, broncoespasmo, hipertensão pulmonar ou hipotensão arterial 0,6 a 2%. Pacientes diabéticos  que recebem insulina NPH tem risco 10 a 30 vezes maior. Vasectomia e exposição prévia ao fármaco são fatores de risco.

3. ANTIBIÓTICOS (12% dos casos): As penicilinas e cefalosporinas são responsáveis por 70% das reações, mas outros antibióticos também podem estar envolvidos. As reações alérgicas à vancomicina são menos comuns, entretanto, este é um potente liberador de histamina causando rush e hipotensão.
4. OUTROSHipnóticos (5% dos casos), coloides (4% dos casos no perioperatório), antiinflamatórios não esteróides (AINES), antissépticos, desinfetantes e corantes.
IV. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Manifestação da anafilaxia


DermatológicasEdema periorbital, angioedema dos lábios e língua, urticária, prurido, rash, piloereção


CardiovascularesTaquicardia e hipotensão precoces. Bradicardia, alteração da onda T e segmento ST. Parada cardíaca.


GastrointestinalNáuseas, vômitos, diarreia e cólica abdominal


NeurológicasCefaléia, tonteiras, confusão, visão turva e perda da consciência


Gerais
Ansiedade, gosto metálico, parestesia, fraqueza, mal estar, sensação de morte iminente. Em crianças: súbita alteração de comportamento e irritabilidade



  • A anafilaxia geralmente ocorre de segundos a minutos após a injeção do antígeno (se este é injetado IV); se o antígeno for injetado por outras vias, como uso de corantes ou contato com látex, a reação tem início mais tardio.
  • A anafilaxia pode ocorrer em qualquer momento do período perioperatório, sendo mais comum após a indução da anestesia. Pode ocorrer de 30 a 60 minutos após o início da cirurgia ou da aplicação do fármaco (Ex. látex, azul patente) ou na sala de recuperação SRPA.
  • A reação anafilática pode ser bifásica onde ocorre recorrência dos sintomas após aparente resolução sem nova exposição ao alergeno. Ocorre em 1 a 23% dos casos e geralmente se manifesta 8 a 10 horas após a resolução do quadro, podendo ocorrer até 24 a 72 horas após a exposição inicial.
  • Sinais cutâneos estão presentes em 90% dos casos de anafilaxia, mas podem estar ausentes em 10 a 20% dos episódios.
  • Pode ocorrer colapso cardiopulmonar sem manifestações cutâneas.
  • Manifestações gastrointestinais ocorrem em 40% dos casos.
  • Broncoespasmo pode se manifestar com aumento súbito de pressão nas vias aérea, aumento do ETCO2 ou hipoxemia.
  • Rápida progressão de edema de glote gera dificuldade na intubação.
  • Manifestações cardiovasculares como arritmias hipotensão, vasodilatação e choque podem evoluir para parada cardíaca.
  • Taquicardia é o sinal clássico da anafilaxia.
  • Bradicardia pode ocorrer em 10% dos casos, sendo geralmente tardia. Hipotensão isolada ocorre em 10% dos casos.
V. DIAGNÓSTICO
  • Diagnóstico inicial é presuntivo e deve se basear nos sinais clínicos.
  • O mais importante é ter um alto índice de suspeição, já que os sinais clínicos variam na sua apresentação.
  • Três critérios diagnósticos foram definidos baseados nas diferentes apresentações clínicas, anafilaxia é altamente provável quando qualquer um destes critérios é encontrado:
Critério 1:
  1. Início agudo de doença envolvendo pele, mucosas ou ambos; associado a um dos seguintes achados:
  2. Comprometimento respiratório (dispnéia, broncoespasmo, estridor, redução do fluxo expiratório ou hipoxemia).
  3. Redução significativa na pressão arterial ou sintomas associados a disfunção de órgãos (incontinência, hipotonia, confusão, síncope)
Critério 2: Dois ou mais critérios após exposição  a possível alergeno:
    1. Envolvimento de tecidos pele-mucosa (úvula, língua, lábios).
    2. Comprometimento respiratório.
    3. Redução da PA ou sintomas associados (síncope hipotonia, etc)
    4. Sintomas gastrointestinais persistentes (dor abdominal, vômitos)
    Critério 3: Redução da PA após exposição a alergeno conhecido para o respectivo paciente:
    1. Redução da PA é definida como PAS menor que 90 mmHg ou diminuição de 30% da PA inicial.
    2. Em crianças deve ser avaliada a PA referente á idade.
    * PA sistólica baixa em crianças:
    • Menor que 70 mmHg entre 1 mês e 1 ano.
    • Menor que (70 mmHg + 2 X idade) para 1 ano a 10 anos.
    • Menor que 90 mmHg entre 11 e 17 anos.
    VI. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
    • Outras causas de hipotensão: arritmias, IAM, choque cardiogênico, sangramento, hipoglicemia, fármacos vasoativos, tamponamento cardíaco, sepse e reação vagal.
    • Outras causas de alterações respiratórias: asma, hipertermia maligna, estridor após extubação, embolia pulmonar, pneumotórax.
    VII. TESTES LABORATORIAIS:
    • A anafilaxia é um diagnóstico clínico e o valor de testes sanguíneos (medida dos níveis plasmáticos de histamina e triptase) para confirmá-lo é limitado.
    • Histamina: Durante anafilaxia os níveis de histamina aumentam imediatamente e começam a diminuir em 20 minutos, amostras devem ser obtidas até 1 hora.
    • Triptase: os níveis séricos de triptase aumentam em 30 minutos, com pico entre 1 e 2 horas do início dos sintomas; 24 horas após os níveis estão normais.
    VII. TRATAMENTO: Guidelines atuais identificam a administração precoce da epinefrina imediatamente após o diagnóstico como o tratamento fundamental da anafilaxia.
    ABORDAGEM IMEDIATA
    1. Remover a causa.
    2. Solicitar ajuda.
    3. Epinefrina IM: 0,3 a 0,5mg em adultos, podendo repetir em 5 a 15 minutos. Crianças recomenda-se a dose de 0,01mg/kg IM (máximo 0,3mg/dose).
    4. Colocar o paciente na posição supina ou Trendelemburg.
    5. Oxigênio suplementar: 6 a 8L máscara ou FIO2 100% (paciente intubado).
    1. Dois acessos venosos com cateteres de largo calibre.
    2. Ressuscitação volêmica: Adultos 2L de SF 0,9%. Crianças 10 a 20ml/Kg e repetir até controle da hipotensão
    3. Elevação dos MMII se houver hipotensão
    ABORDAGEM SECUNDÁRIA
    1. Pacientes que não respondem à epinefrina IM ou que demandem doses repetidas fazer epinefrina iv lenta (2 a 10µg/min adultos ou 0,1µg/kg/min em crianças).
    2. Pacientes em uso de β bloqueador podem não responder à epinefrina. Nestes casos usar glucagon 3 a 5mg em adultos; 20 a 30µg/kg em crianças.
    3. Antihistamínico H1: difenidramina 25 a 50mg IV ou 1mg/kg em crianças.
    4. Broncodilatadores (beta2 agonistas): Albuterol
    5. Corticosteróides: o início de ação é lento (horas), usado no intuito de reduzir anafilaxia bifásica e protraída (metilprednisolona 1 a 2mg/Kg ou hidrocortisona).
    6. Considerar uso de outro vasopressor se o paciente mantém hipotensão (norepinefrina ou vasopressina).
    7. Suporte ventilatório quando necessário, na presença de broncoespasmo prolongar o tempo expiratório.
    8. Manter a monitorização na SRPA: ECG, oximetria, capnografia e medida da PA.
    9. Observar o paciente por 8 a 10 horas ou transferir para o CTI quando indicado.
    10. Colher 5 a 10 ml de amostra sanguínea para realização de teste para triptase: a primeira amostra deve ser enviada logo que possível após o início do tratamento, a segunda amostra deve ser enviada 1 a 2 horas após o início dos sintomas e a terceira amostra 24 horas após o tratamento.
    ›DOSES DOS FÁRMACOS
     EPINEFRINA acima de 12 anos: 0,5mg IM (0,5ml da solução 1:1000)
      • 6 a 12 anos:         0,3mg IM (0,3ml da solução 1:1000)
      • Menos de 6 anos: 150µg IM (0,15ml da solução 1:1000)
      • Para uso IV preparar a epinefrina em seringa de 10ml contendo 1ml da solução 1:10.000 para cada 10Kg de peso (iniciar com  1µg/Kg titulando a resposta)
       HIDROCORTISONA: início de ação lento, não sendo primeira linha de tratamento.
      • Acima de 12 anos: 200mg IM ou IV lentamente
      • Entre 6 e 12 anos: 100mg IM ou IV lento
      • 6 meses a 6 anos: 50mg IM ou IV lento
      • Menor que 6 meses: 25mg IM ou IV lento
       DIFENIDRAMINA:
        • benefícios limitados e efeito indesejável da sedação
        • Adultos: 25 a 50mg iv pode ser repetido até o máximo de 400mg/dia
        • Crianças: 1mg/Kg/dose iv até de 6/6 horas até máximo de 5mg/Kg ou 300mg por 24 horas.
         GLUCAGON:
          • Adultos 3 a 5mg iv.
          • Crianças 20 a 30µg/kg até um máximo de 1mg.
          • Administração deve ser lenta superior a 5 minutos (infusão rápida causa vômitos).
          IX. REFERÊNCIAS:
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          5. Del Ducca D, Sheth SS, Clarke AE, et AL – Use of methylene blue for cathecolamine-refractory vasoplegia from protamine and aprotinin. Ann Thorac Surg 2008, 87 640-642.
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          Fonte: http://www.samg.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=514:reacoes-anafilaticas&Itemid=134











          com alta mortalidade.