sábado, 24 de setembro de 2016

Ejaculação retrógrada, retardada e anejaculação

Ejaculação retrógrada, retardada e anejaculação

          A ejaculação retrógrada consiste basicamente na deposição do sêmen, após o orgasmo, na bexiga. Muito comum após a cirurgia de RTU de próstata, ocorre também em pacientes diabéticos, onde o uso correto de medicações simpatomiméticas irão corrigir o distúrbio, com elevados índices de resposta. O esfincter uretral masculino interno, quando incompetente, tanto por ressecção cirúrgia ou por falta de coaptação de suas bordas por falta de contratilidade são causadores da ejaculação retrógrada.

          A ejaculação retardada pode ser definida como uma persistente dificuldade de conseguir ejacular, apesar da presença de ereção peniana, desejo sexual e estimulação sexual. Estima-se que ocorra entre 2 a 8% dos homens.
          A maioria dos homens ejacula entre 2 e 4 minutos após a penetração vaginal e o início dos movimentos pélvicos. De certa forma, a ejaculação retardada é o oposto da ejaculação precoce.

          Em princípio, poder-se-ia pensar que se trata de uma condição favorável ao exercício da sexualidade, já que muitas mulheres necessitam de um longo tempo de estimulação sexual para obter o orgasmo. Porém, após cerca de 30 minutos ou mais, quando a parceira já chegou ao orgasmo, o homem duvida se chegará ao final e a esse tempo a parceira já perdeu parte ou todo o estímulo sexual, bem como sua lubrificação vaginal transformando o prazer em dor e constrangimento para ambos. Não é difícil imaginar que anseios ambos carregarão e defrontar-se-ão na próxima vez em que forem se relacionar sexualmente. Na sua mais grave forma, a ejaculação retardada pode manifestar-se por uma completa incompetência ejaculatória, onde o homem é incapaz de ejacular dentro da vagina.

          Existe uma razão particular, comum, para que a ejaculação retardada ocorra: muitos homens têm seus primeiros orgasmos por masturbação onde apertam excessivamente o pênis com as mãos, no intuito de atingirem rapidamente o clímax. Cria-se então a falsa idéia de que a mesma pressão ao redor do pênis é necessária para a obtenção do orgasmo por penetração vaginal. Como a vagina exerce menos pressão sobre o pênis que as mãos de quem se masturba, o homem anteriormente "treinado" para responder a um certo grau de pressão peniana , percebe a pressão exercida pela vagina como estímulo insuficiente para o orgasmo e não consegue ejacular pelo "suave" estímulo vaginal sobre o pênis.

          Na maioria dos casos as causas são de natureza psicológica, visto que a maioria dos pacientes consegue ejacular por masturbação ou por emissões noturnas após sonhos eróticos. As causas orgânicas mais encontradas são: distúrbios hormonais, diabetes, lesões dos nervos da medula ou pélvicos, cirurgias pélvicas, distúrbios da próstata, uso continuado de alguns medicamentos, especialmente os anti-depressivos, abuso de álcool e drogas. Vários estados psicológicos podem inibir o reflexo ejaculatório: 1-Situações de stress ou embaraço, cujo exemplo clássico é a coleta de esperma para exames, ocasião em que muitos homens não conseguem ejacular. 2-Medo ou ansiedade com respeito à gravidez. 3-Preocupação excessiva com o orgasmo da parceira. 4-Crenças religiosas ou pessoais que consideram o sexo como sujo ou apenas para fins reprodutivos. 5-Conflito de identidade sexual, tendências homossexuais. 6-Lembranças traumáticas por ter sido flagrado durante masturbação ou relação sexual "ilícita". 7-Preocupações diversas, conscientes ou inconscientes durante o ato sexual.

          O tratamento deve começar pela investigação urológica de possíveis causas orgânicas e tratá-las quando possível. Se o paciente está usando medicamentos que tenham como efeito adverso a inibição do reflexo ejaculatório, deverá discutir com seu médico a possibilidade de interromper ou mudar o tratamento. Se o homem é capaz de ejacular por masturbação ou por sonhos eróticos, uma causa orgânica está praticamente descartada e ajuda de um terapeuta sexual está indicada. Porem, o seguinte pode ser tentado antes:

          Converse com a parceira, abra o jogo sobre suas preferencias sexuais, ensine-a como lhe estimular adequadamente, com as mãos ou sexo oral, por exemplo. Relaxe, concentre-se no que lhe estimule sexualmente e nos carinhos da parceira, fantasie. Contrair e relaxar a musculatura das nádegas ajuda a apressar o orgasmo. Procure as posições sexuais que sejam mais estimulantes. Existe uma seqüência de exercícios, um treinamento que pode ser tentado em conjunto com a parceira, por tantas sessões quantas forem necessárias para controlar a situação, sem se preocupar com o tempo em cada passo ou estádio. Eis os passos:1-Masturbe-se na presença da parceira até conseguir ejacular. 2-A parceira lhe masturba até a ejaculação. 3-Gradualmente, ejacule, por masturbação, mais perto da vagina, ainda pelas mãos da parceira. 4-A parceira começa a lhe masturbar, com o pênis próximo à vagina; quando estiver bem próximo do orgasmo, a parceira introduz o pênis na vagina e o homem segue com movimentos de penetração até ejacular dentro da vagina.

          Diferente da ejaculação retardada, a ausência de ejaculação durante o orgasmo ou anejaculação em homens que o faziam normalmente, deve-se quase sempre a fatores orgânicos. Eis os mais comuns: 1-Uso de medicamentos que relaxam o colo da bexiga, para tratamento de distúrbios urinários, por exemplo. 2-Após certos tipos de cirurgias pélvicas onde as vias nervosas responsáveis pela ejaculação são lesadas. 3-Após cirurgias da próstata onde a ejaculação ocorre na direção inversa(retrógrada), ou seja, o esperma vai para dentro da bexiga em vez de exteriorizar-se através da uretra. Na próxima vez que o paciente urinar, o esperma será eliminado junto com a urina.

          Alguns casos de anejaculação podem ser tratados por modificações nas doses ou tipos de medicamentos usados; os casos devidos às seqüelas de cirurgias têm menos possibilidades de tratamento, visto que algumas alterações anatômicas decorrentes são irreversíveis.

          Tanto ejaculação retardada quanto a anejaculação deverão ser inicialmente investigadas por um urologista-TiSBU, que diagnosticará as causas e identificará o melhor tratamento para o caso em questão. O tratamento é extremamente eficaz quando se dá com o acompanhamento médico adequado, além do emprego de medicações específicas para cada caso.


Fonte: http://drandre.site.med.br/index.asp?PageName=Ejacula-E7-E3o-20retr-F3grada-2C-20retardada-20e-20anejacula-E7-E3o


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Ressecção transuretral da próstata

Ressecção transuretral da próstata

Panorama geral

A próstata é uma glândula do tamanho de uma noz que produz o fluido seminal. Essa glândula cerca a uretra, o tubo que conecta a bexiga urinária ao exterior do corpo Com a idade, a próstata frequentemente aumenta de tamanho e espreme a uretra, dificultando a micção. Esse distúrbio é chamado de hipertrofia prostática benigna ou aumento da próstata.
Se a próstata ficar grande demais, o médico poderá recomendar um procedimento conhecido como resseção transuretral de próstata (RTUP). Esse procedimento cirúrgico pode aliviar os sintomas incômodos e/ou dolorosos associadas com a próstata aumentada.

Candidatos

A próstata naturalmente aumenta conforme o homem envelhece. De acordo com os Institutos Nacionais de Saúde (National Institutes of Health - NIH) dos EUA, o aumento da próstata ocorre normalmente em homens com mais de 40 anos de idade. Aos 80 anos de idade, mais de 90% dos homens tem a próstata aumentada (NIH, 2011).
Geralmente, a cirurgia não é primeira opção tratamento para os sintomas, mas pode ser recomendada se a medicação e outros tratamentos não aliviarem os sintomas. Alguns sintomas que podem indicar a necessidade de resseção transuretral de próstata podem incluir:
  • a bexiga nunca parece estar vazia;
  • infecções do trato urinário;
  • sangramento da próstata;
  • aumento na necessidade de urinar, especialmente à noite;
  • pedras na bexiga;
  • micção lenta;
  • lesão renal.
Se o paciente apresentar esses sintomas, o médico avaliará o estado geral de saúde, a história clínica e o tamanho e a forma da próstata para determinar se a resseção transuretral de próstata é um procedimento adequado para o paciente. Outros procedimentos podem ser menos invasivos e remover um tamanho menor da próstata De acordo com a Mayo Clinic, a resseção transuretral de próstata está associada a uma menor necessidade de tratamentos futuros (Mayo, 2011).

Procedimentos

O procedimento de resseção transuretral de próstata não envolve remoção total da próstata e apenas uma porção é removida Será administrada anestesia geral para o paciente dormir e não sentir dor durante o procedimento. Outra opção é a anestesia raquidiana, na qual o paciente não sente dor nos membros inferiores
O cirurgião usará um tipo especial de instrumento longo e grande chamado ressectoscópio. O ressectoscópio será inserido pela ponta do pênis O instrumento permitirá que o cirurgião visualize a glândula prostática. O médico poderá inserir outros instrumentos cirúrgicos pelo ressectoscópio para remover porções da próstata. O tamanho da parte removida dependerá do tamanho e da forma da próstata.
Assim que o ressectoscópio for removido, um profissional médico inserirá um cateter dentro do pênis para promover o fluxo urinário após a cirurgia para remover coágulos sanguíneos que possam ter se formado. Geralmente, a duração do procedimento é de cerca de uma hora.

Recuperação

O paciente ficará no hospital por um período de um a três dias após o procedimento. Durante esse tempo, líquidos serão administrados pela via endovenosa (EV) várias vezes para aumentar o fluxo urinário. É possível que haja um pouco de sangue ou coágulos na urina durante esse período.
De acordo com a Aurora Healthcare, uma doença rara conhecida como síndrome de resseção transuretral de próstata ou síndrome de resseção transuretral ocorre em quase 2% dos pacientes submetidos ao procedimento de resseção transuretral de próstata (Aurora, 2011). O paciente deverá informar ao médico se apresentar algumas das complicações associadas à síndrome de resseção transuretral, que geralmente ocorrem 24 horas depois da cirurgia. Como por exemplo:
  • mudanças de pressão arterial;
  • batimentos cardíacos anormais;
  • aumento da frequência respiratória;
  • náuseas e vômitos;
  • dificuldade para enxergar;
  • confusão mental;
  • agitação.
O procedimento de resseção transuretral de próstata normalmente requer um período de recuperação de três a seis semanas, nos quais o paciente deve evitar atividades físicas extenuantes. O paciente deverá informar ao médico se apresentar sintomas de infecção como febre, sangramento persistente, impotência com duração de mais de três meses ou dor que não pode ser controlada com medicamentos.

Efeitos colaterais

Como o procedimento é invasivo e requer anestesia, podem ocorrer efeitos colaterais. Além da síndrome de resseção transuretral de próstata, os efeitos colaterais podem incluir:
  • coágulos sanguíneos;
  • dificuldade para respirar;
  • risco de infecção;
  • perda de sangue;
  • infarto ou AVC (derrame);
  • reação alérgica à anestesia.
Como a próstata e região circundante é composta por tecidos delicados, é possível que o paciente apresente algumas complicações como por exemplo:
  • dificuldade para controlar o fluxo urinário;
  • infertilidade;
  • dificuldade de manter ou ter uma ereção;
  • estenose uretral que limita o fluxo da urina;
  • ejaculação retrógrada (o fluxo de sêmen retorna para a bexiga);
  • danos aos órgãos internos
O paciente deve conversar com o médico sobre esses riscos para determinar se o procedimento de resseção transuretral de próstata é a melhor opção para ele.

Fonte: http://pt.healthline.com/health/resseccao-transuretral-da-prostata#Efeitoscolaterais5