segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Necrose – Causas e Tipos


Dá-se o nome de necrose á morte de um conjunto de células ou de qualquer tecido, causada por um agente nocivo que provoca uma lesão incurável.

A necrose pode desencadear-se por exemplo devido a insuficiência no fornecimento de sangue para os tecidos ou isquemia; devido a um traumatismo; exposição a radiação ionizante; pela ação de substâncias químicas ou tóxicas; através de uma infecção; ou pelo desenvolvimento de uma doença auto-imune ou de outro tipo. Uma vez produzida e desenvolvida, a necrose é irreversível. É uma das duas expressões morfológicas reconhecidas de morte celular dentro de num tecido vivo.

Lesão celular

A célula tem uma extraordinária capacidade de adaptação. Quando um agente externo ou interno altera em grande parte a sua fisionomia, excedendo os limites de adaptação, surge a lesão celular que pode ser reversível ou irreversível.

Causas da Necrose

– Isquemia e hipoxia (baixo teor de oxigênio)
– Traumatismo
– Substâncias Químicas
– Agentes Infecciosos
– Variações térmicas
– Radiações Ionizantes
– Agentes imunológicos
– Alterações genéticas
– Desequilíbrios Nutricionais

Adaptação celular

Para os diversos estímulos a célula sofre algumas mudanças que servem para a célula se adequar a cada situação. Estas modificações são as seguintes:
Atrofia: diminuição do tamanho do órgão devido a uma estimulação insuficiente (é o que ocorre por exemplo aos quadríceps (quadricípites) quando um paciente está na cama por um longo período de tempo).
Hipertrofia: situação contrária em que o tamanho do órgão aumenta por hiperestimulação, esta hipertrofia deriva de um aumento da quantidade dos componentes intracelulares, ou seja, no tamanho das células que formam o tecido e não se trata de um aumento do seu número. A hipertrofia pode ser fisiológica (músculos de um atleta) ou patológica.
Hiperplasia: neste caso, aumenta o número de células no órgão, fazendo com que este órgão aumente de tamanho. Também pode resultar de um processo fisiológico (aumento do tamanho dos seios durante a amamentação) ou de um processo patológico (aumento do endométrio também conhecido como hiperplasia do endométrio devido a uma estimulação hormonal excessiva desencadeada pela existência de um tumor no ovário).
Metaplasia: Mudança de uma célula madura/adulta para outra com uma maior capacidade de adaptação. Este é geralmente o resultado de uma agressão, e incluiu a metaplasia (alteração) do epitélio respiratório por outro epitélio do tipo malpighiano em pessoas fumadoras. Alterações do tecido epitelial para coincidir com a agressão que é a fumaça. O risco da metaplasia encontra-se no tecido, que é muito mais suscetível a desenvolver doenças malignas.

Morte Celular

Quando todos os mecanismos de adaptação e de resistência foram esgotados ocorre a morte celular.
A célula pode morrer de duas formas diferentes:

Necrose

A necrose compreende um estado irreversível da célula, com a incapacidade de manter a integridade da membrana plasmática e escapar dos elementos citoplasmáticos, desnaturação das proteínas pela ação dos lisossomos ou lisossomas (autólise ou citólise) ou proveniente de enzimas líticas de leucócitos vizinhos (heterólise ou ruptura heterolítica). Todas essas alterações condenam a célula a perder a sua função específica e apenas formar parte dos restos celulares que serão fagocitados pelos macrófagos (células do sistema imunitário que estão localizadas nos tecidos.
As alterações típicas de uma célula necrótica incluem: aumento de eosinófilos e aparência homogênea, por perda de ARN e por desnaturação das proteínas; surgimento de figuras de mielina; cariólise ou cromatólise do núcleo (dissolução completa da cromatina do núcleo com perda da coloração), picnose ou núcleo picnótico (contração do núcleo celular e condensação da cromatina) e cariorrexe (fragmentação do núcleo picnótico).

Apoptose

Também referida como morte celular programada, a apoptose é uma forma de morte celular desencadeada por sinais celulares controlados geneticamente. A apoptose tem uma função muito importante nos organismos, pois faz ser possível a destruição das células danificadas geneticamente, evitando o aparecimento de doenças como o cancro.

Tipos de Necrose

Dependendo do mecanismo da lesão existem vários tipos de necrose:

Necrose Coagulativa

A necrose de coagulação ocorre devido a isquemia tecidual (isquemia do tecido) que gera uma coagulação das proteínas intracelulares, tornando-se inviáveis ​​(que é o que ocorre por exemplo no enfarte agudo do miocárdio). A zona da necrose é substituída por tecido fibroso.

Necrose de Liquefação

Na necrose de liquefação ou necrose liquefativa produz-se uma autólise ou citólise rápida que faz com que a área necrosada fique liquefeita, de etiologia bacteriana ou fúngica. É típico do sistema nervoso central, mas, neste caso também pode ser causada por processos hipóxicos (baixo teor de oxigênio).

Esteatonecrose (Necrose Gordurosa)

A. Traumática: não é habitual, é causada por um traumatismo que excede as capacidades de adaptação celular.
B. Uma série de eventos fisiológicos ou patológicos gera algumas alterações bioquímicas na célula e esta “decide” a sua própria morte, de uma forma ordenada, desintegrando-se em pequenas vesículas que serão fagocitadas pelos macrófagos e sem maior repercussão para o tecido em questão.

Necrose Gangrenosa

A necrose gangrenosa ou simplesmente gangrena não é um tipo de necrose, mas sim um termo usado pelos patologistas ou clínicos para descrever a necrose nas extremidades de um membro, pode ser seca ou úmida.

Necrose Caseosa

O termo caseoso deriva do queijo e da aparência macroscópica branca e aspecto semelhante a um queijo, que pode ser observada em doenças, tais como a tuberculose ou pseudo paratuberculose, blastomicose (Doença de Chicago ou Doença de Gilchrist) e tularemia.

Necrose Fibrinoide

A necrose fibrinoide é uma forma de necrose ou morte do tecido, na qual há acumulação de materiais amorfos, e os tecidos tem uma coloração que faz lembrar a fibrina (uma proteína fibrilar com a capacidade de formar redes tridimensionais). Este tipo de necrose está associada a doenças como a vasculite ou angiite (por exemplo: Púrpura de Henoch-Schönlein ou púrpura alérgica, uma vasculite sistêmica; hipertensão maligna (Emergência hipertensiva); pré-eclâmpsia ou toxemia gravídica, ou Rejeição hiperaguda pós-transplante.
Fonte: http://www.especialista24.com/necrose/



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