terça-feira, 3 de junho de 2014

Gravidez molar

Gravidez molar



O que é uma gravidez molar?

Trata-se de uma rara complicação da gestação que ocorre quando algo dá errado durante o processo de fertilização na concepção, gerando anormalidades nas células que formarão a placenta. A gravidez molar (também conhecida como mola hidatiforme) faz parte de um grupo de condições chamado tumores trofoblásticos gestacionais. Eles costumam ser benignos (não-cancerígenos) e, embora possam se espalhar para além do útero, são tratáveis com sucesso. 

Em uma gravidez normal, o óvulo fertilizado contém 23 cromossomos do pai e 23 da mãe. Em uma gestação molar completa, o óvulo fertilizado não possui cromossomos da mãe, e os do espermatozóide do pai são duplicados. Nesse caso, não há embrião, membrana amniótica nem qualquer tecido placentário. No lugar deles, a placenta forma uma massa de cistos que se assemelha a um cacho de uvas e pode ser vista em uma ultra-sonografia. 

Na maioria das gestações molares parciais, o óvulo fertilizado tem o conjunto normal de cromossomos da mãe, mas o dobro dos do pai, havendo um total de 69 cromossomos, em vez de 46. Isso pode acontecer quando os cromossomos do espermatozóide são duplicados ou quando dois espermatozóides fertilizam o mesmo óvulo. Nesses casos, há tecido placentário junto com os cistos, e o embrião começa a se desenvolver. Mas, mesmo que ele esteja presente, é importante saber que não é um embrião normal, e não terá condições de sobreviver e virar um bebê. 

É assustador terminar uma gestação dessa forma, porém, com tratamento adequado e acompanhamento médico, você não deverá ter sequelas físicas de longo prazo.


As gestações molares são comuns?

Nos países ocidentais, 1 em cada 1.000 gestações é molar. Nos asiáticos, este tipo de gravidez é mais comum, embora não se saiba ao certo quais são os motivos. Mulheres com tipo sanguíneo B têm maior risco de uma gravidez molar.

Como saber se tenho uma gravidez molar?

Bem no comecinho, você poderá ter sintomas normais de gravidez, mas, em algum momento, haverá sangramento (lembrando sempre que os sangramentos não são necessariamente sinal de algum problema grave na gestação e que muito raramente indicam gravidez molar). O sangramento pode ser contínuo ou não, forte ou leve, e poderá ocorrer a partir de 6 semanas e até com 16 semanas. 

Fortes náuseas e vômitos, além de inchaço abdominal, também podem ocorrer. Os níveis do hormônio da gravidez, o hCG, serão muito mais elevados do que o normal. 

Às vezes o que acontece é um abortamento espontâneo normal, e, quando a mulher é submetida à curetagem, o material retirado é submetido a exame anátomo-patológico e só então se descobre que se tratava de mola.


Qual o tratamento para uma gestação molar?

Você poderá precisar realizar uma curetagem, a fim de retirar todo o tecido anormal, ou receberá remédios específicos para provocar a expulsão do tecido embrionário. Em alguns casos, uma segunda curetagem é realizada para remover sobras de tecidos. 

Seu médico pedirá uma série de exames, e os níveis do hormônio da gravidez serão monitorados (quando não houver mais nenhum crescimento anormal no corpo, os níveis do hormônio hCG serão praticamente zero).


Implicações a longo prazo

Dependendo das circunstâncias, é muito importante monitorar uma gestação molar por cerca de seis meses após o diagnóstico, porque minúsculas quantidades de tecido podem crescer e se espalhar rapidamente pelo corpo -- o que, às vezes, ocorre meses depois do tratamento. Por isso é fundamental manter o controle dos níveis de hCG, feito em exames de sangue. 

Em alguns casos, uma mola hidatiforme invasiva poderá se desenvolver após a curetagem, quando o tecido molar cresce na camada de músculo do útero. O sintoma mais comum é sangramento contínuo ou irregular depois da curetagem. Esse tipo de tecido pode migrar pela corrente sanguínea para órgãos mais distantes, incluindo pulmões, fígado e cérebro. 

A gestação molar invasiva é mais comum em casos de gestação molar completa do que nas parciais. 

Em situações mais raras, células anormais permanecerão no corpo após a retirada do tumor, o que é conhecido como doença trofoblástica gestacional persistente. Ela acontece em menos de 15 por cento das mulheres com gravidez molar completa e em menos de 1 por cento das com gravidez molar parcial. O tratamento é feito através de quimioterapia, para garantir que a doença não se espalhe para além do útero. Com os cuidados adequados e na hora certa, quase 100 por cento dos casos são tratados quando o tumor ainda não se ampliou para outras partes do corpo. Mesmo nos casos mais raros da doença, em que ela já atingiu outros órgãos, o prognóstico ainda é excelente. Uma vez em remissão, os níveis do hormônio hCG serão monitorados pelo resto da vida. 

Em raríssimos casos, uma gestação molar completa pode levar a um coriocarcinoma, uma forma extremamente incomum, porém tratável, de câncer. Ele ocorre em 1 de cada 30 mil gestações, e pode ser fruto tanto de uma gravidez molar quanto de uma normal ou de um aborto espontâneo.


Quando poderei engravidar de novo?

Se você não se submeteu a um tratamento de quimioterapia, terá que esperar até seis meses depois que os níveis de hCG zeraram para voltar a tentar. No caso de ter feito quimioterapia, a recomendação é geralmente esperar um ano. 

As chances de voltar a ter outra gravidez molar são cerca de 1 a 2 por cento. 

Lembre-se de que a grande maioria dos casos de gestação molar não compromete a capacidade de a mulher voltar a engravidar, mesmo as que se submeteram a quimioterapia.


Fonte: http://brasil.babycenter.com/a1500636/gravidez-molar



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